Cargo: Engenheiro Civil
Vagas: Floresta-PE 04
Salgueiro-PE 08
Brasília-DF 11
Remuneração: 8.300,00 R$
Atividades/Atribuições: Atividades técnicas de complexidade gerencial, compreendendo definição de diretrizes estratégicas, proposição de projetos, coordenação, supervisão, monitoramento e avaliação da implementação, a serem executadas por profissional de nível superior com experiência profissional superior a cinco anos ou possuidor de título de mestre ou doutor, na Área de Conhecimento.
Inscrições: O pedido de inscrição será efetuado, exclusivamente via internet, no endereço eletrônico www.esaf.fazenda.gov.br, no período compreendido entre 10 horas do dia 28/7/2008 e 18 horas do dia 08/8/2008, considerado o horário de Brasília-DF, mediante recolhimento da correspondente taxa de inscrição, conforme tabela abaixo, pagável em toda a rede bancária.
Realização: ESAF
Fonte: ESAF, PCI Concursos
Site: www.esaf.fazenda.gov.br
http://www.pciconcursos.com.br/concurso/99095
quarta-feira, 30 de julho de 2008
terça-feira, 29 de julho de 2008
Superpopulação preocupa prefeito
Reportagem feita pelo Jornal Folha de Pernambuco 28/07/2008
O início das obras em Floresta preocupa o prefeito Augusto Ferraz. Segundo ele, o município não está preparado para receber cerca de 5 mil operários - que vão se somar aos 28 mil moradores. “É uma satisfação pelas obras, pois será importante para Floresta. Mas nosso sistema de atendimento é precário”, disse. Em Floresta, há apenas um hospital e uma central de atendimento.
A preocupação do prefeito, porém, não recai sobre os militares, já que o 3° Batalhão de Engenharia de Construção do Exército (BEC) tem sua própria estrutura. “Além da saúde, precisamos de apoio em assistência social e educação”, explicou.
As atuais atividades feitas para receber o projeto de transposição são de saneamento básico. Estão em curso obras de R$ 4,7 milhões, oriundos da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf). A prefeitura ainda aguarda R$ 2,4 milhões que devem ser liberados após as eleições.
De acordo com o diretor de Projetos Estratégicos do Ministério da Integração, Francisco Abreu, o mesmo que está acontecendo em Cabrobó acontecerá em Floresta. “Empresas de vestuário e alimentação estão nos procurando para se instalar aqui”, avaliou o prefeito de Cabrobó, Eudes Cavalvanti. Obras de saneamento também estão em andamento na cidade, no valor de R$ 6,4 milhões do Ministério da Integração. A prefeitura ainda aguarda R$ 5,5 milhões da Codevasf.
O início das obras em Floresta preocupa o prefeito Augusto Ferraz. Segundo ele, o município não está preparado para receber cerca de 5 mil operários - que vão se somar aos 28 mil moradores. “É uma satisfação pelas obras, pois será importante para Floresta. Mas nosso sistema de atendimento é precário”, disse. Em Floresta, há apenas um hospital e uma central de atendimento.
A preocupação do prefeito, porém, não recai sobre os militares, já que o 3° Batalhão de Engenharia de Construção do Exército (BEC) tem sua própria estrutura. “Além da saúde, precisamos de apoio em assistência social e educação”, explicou.
As atuais atividades feitas para receber o projeto de transposição são de saneamento básico. Estão em curso obras de R$ 4,7 milhões, oriundos da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf). A prefeitura ainda aguarda R$ 2,4 milhões que devem ser liberados após as eleições.
De acordo com o diretor de Projetos Estratégicos do Ministério da Integração, Francisco Abreu, o mesmo que está acontecendo em Cabrobó acontecerá em Floresta. “Empresas de vestuário e alimentação estão nos procurando para se instalar aqui”, avaliou o prefeito de Cabrobó, Eudes Cavalvanti. Obras de saneamento também estão em andamento na cidade, no valor de R$ 6,4 milhões do Ministério da Integração. A prefeitura ainda aguarda R$ 5,5 milhões da Codevasf.
Oportunidade para mão-de-obra local
Reportagem feita pelo Jornal Folha de Pernambuco
Por: RAFAELA AGUIAR
O projeto de transposição do rio São Francisco pretende aproveitar ao máximo a mão-de-obra local. O Exército realizou concursos para a contratação de civis e lançou licitações para a contratação de empresas terceirizadas, que também aproveitaram alguns trabalhadores da região. As empreiteiras instalaram escritórios de apoio para o recebimento de currículos nas respectivas cidades onde se instalarão. Em Cabrobó, já que em Floresta ainda não estão atuando, as empresas privadas contrataram 344 pessoas, sendo a maioria moradoras da cidade.
No meio de tratores e caminhões, em Floresta, o chefe de campo Francisco Pedro da Silva se destaca no meio de tantos militares fardados. O trabalhador, que mora em Petrolândia, foi um dos aprovados no concurso feito pelo 3° Batalhão de Engenharia de Construção do Exército (BEC) há oito meses. Silva pediu licença do seu cargo na prefeitura daquele município para trabalhar nas obras. Seu salário passou de R$ 684 para R$ 2.073. “Já consegui reformar minha casa e comprei um terreno em Petrolândia”, comemorou. A experiência em obras há mais de 20 anos contou no momento da seleção. Hoje, Silva é o “comandante” no canteiro de obras, ficando responsável por todas as máquinas.
O morador da Vila Mãe Rosa, em Cabrobó, Paulo Roberto da Silva também abandonou a roça e incrementou sua renda. Ele começou a trabalhar nas obras do Eixo Norte como ajudante de paiol com os militares por um mês. Devido ao excelente trabalho, conseguiu ser contratado por uma empresa terceirizada pelo Exército para trabalhar em uma britadeira. “Com carteira assinada é melhor. Meu salário chega a R$ 850 com extras. Na roça, não ganhava isso”, comparou Silva.
Não foi só no canteiro de obras que os nativos de Cabrobó conseguiram empregos. Josemir Cordeiro da Silva Santos, que trabalhava com informática na cidade, conseguiu uma vaga como auxiliar administrativo na empresa de supervisão das obras. “O salário aumentou 100%, mas não aceitei pelo dinheiro. Quero aprender e conhecer outras áreas. Temos contatos com muitos engenheiros”, justificou o trabalhador.
De acordo com a supervisora ambiental do Lote 1 da Sondotécnica, Márcia Gondim, a dificuldade maior é para conseguir profissionais de níveis mais técnicos. “Trazer do Recife é difícil. Em Juazeiro (BA), estão abrindo cursos técnicos de Segurança. Quando o consórcio (Águas do São Francisco) passar para o Lote 2, tende a aumentar (o número de cursos)”, explicou. As pessoas ainda estão procurando vagas, por isso o consórcio e a Secretaria de Desenvolvimento Econômico do município estão fazendo um banco de dados.
Fonte: Folha de Pernambuco
Exército ajuda a incrementar renda
Reportagem feita pelo Jornal Folha de Pernambuco
Os primeiros beneficiados, em Floresta, com as obras no rio São Francisco foram as 40 famílias da Agrovila 6, a cerca de 30 km da cidade. A comunidade ganhou um novo vizinho: o destacamento do 3° Batalhão de Engenharia de Construção do Exército (BEC). Há pouco mais de um ano, os moradores da vila passavam por sérias dificuldades de infra-estrutura, como abastecimento de água tratada. Por estar localizada em uma região conhecida pelos problemas de violência, a vila tinha um toque de recolher próprio às 18h. Hoje, todos estão com sorrisos nos rostos.
Quem mais aproveitou a chegada dos militares foi a moradora Eliane Maria da Silva Lisboa, que vive há 20 anos no local. Quando ela viu a movimentação dos caminhões chegando à agrovila, correu para a porta dos recém-chegados para oferecer seus salgados. “Ia de bicicleta vender pastel com refrigerante. Dois meses depois, fiz mais salgados e ofereci outras bebidas”, lembrou Eliane. Antes, dos 50 salgados que fazia, conseguia vender 40, a R$ 0,50 a unidade. Hoje, faz o dobro dos produtos e tem fatura de, no mínimo, R$ 150 por mês.
Percebendo o bom negócio, Eliane desistiu da roça e abriu uma lanchonete, com firma registrada. Ela já fechou contratos com as empresas terceirizadas pelo Exército para fornecer alimentação (almoço e jantar) a 30 funcionários, no valor de R$ 300 por dia. Com seu pequeno negócio crescendo, Eliane empregou três pessoas da família e ajudou a aumentar a renda em casa.
A lavadeira Marisete Maria Isidório também está gostando da chegada dos militares. Percebendo que os vizinhos permaneciam muito tempo na Agrovila 6, ofereceu seus dotes com roupas. Atualmente, Marisete tem clientes cativos. “Vou lavando e as roupas vão chegando. Trabalho praticamente de domingo a domingo”.
Com tantas fardas em seu tanque, Marisete perde a conta de quantas lava por dia, mas disse que, com o dinheiro, está com a despensa mais cheia. E se mostra satisfeita: “Os meninos dizem que não precisa lavar direito aquelas mais grossas. Lavo todas com o mesmo cuidado, deixando limpas e cheirosas”.
Transposição do rio muda cenário do Sertão
Por: RAFAELA AGUIAR
Desde menino, o pescador Alex José da Silva sai da sua casa, na Agrovila 3, próximo a Petrolândia, para pescar no rio São Francisco. Sua rotina é puxada, das 7h às 17h, de segunda a sábado, dentro de um pequeno barco com apenas uma vara de pescar. Entretanto, há mais de um ano, o pescador passou a dividir o rio com tratores, caminhões, barulho, muita poeira e grandes canais sendo abertos. Foi assim que a reportagem da Folha de Pernambuco encontrou as obras de transposição do rio São Francisco, em junho de 2006, quando foi até Cabrobó, no Sertão do São Francisco, a 489 km do Recife, para a cobertura em primeira mão do início das atividades do Exército. Na última semana, a Folha voltou a Cabrobó e foi até Floresta, a 409 km da Capital, registrar com exclusividade o andamento das obras. Nesta reportagem especial, o leitor saberá o que aconte nas cidades atingidas pelo projeto, com histórias dos moradores que já estão trabalhando no canteiro de obras e daqueles que aguardam com ansiedade por uma carteira assinada.
A palavra mais correta para definir o projeto de transposição do Rio São Francisco é grandiosidade. Quem visita o canteiro de obras fica admirado com o tamanho, valor do investimento e complexidade do empreendimento. São R$ 5 bilhões a serem gastos com recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) para executar 420 quilômetros de canal no Eixo Norte e 200 quilômetros no Eixo Leste. O padrão do canal, ao longo do seu curso, é de seis metros de profundidade, com 24 metros de lâmina d’água (de uma margem a outra) e seis metros de largura no fundo do canal.
O projeto ainda é composto por nove estações elevatórias de bombeamento, sendo seis no Leste e três no Norte, e 30 barragens que servirão como controladoras do fluxo de água nos canais. Do São Francisco até os destinos finais em quatro estados do Nordeste (Pernambuco, Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte), a água ainda passará por túneis e aquedutos. “Sempre haverá essas soluções para driblar obstáculos, evitando a perda da gravidade e a redução do fluxo da água, que precisa circular naturalmente”, explicou o engenheiro do Ministério da Integração Riomar Alves de Araújo. O projeto prevê a captação máxima de 1,4% da água que passa pelo São Francisco.
No Eixo Leste, em Floresta, o 3º Batalhão de Engenharia de Construção do Exército (3º BEC) está trabalhando com 300 militares e civis no trecho 5, do Lote 9, na construção do canal de aproximação da água, com 5.840 metros de extensão, e na barragem de Areias. A escavação do canal está bem avançada, inclusive a do canal de captação da água pela barragem de Itaparica. “Estamos trabalhando em dois turnos, durante 24 dias por mês, folgando aos domingos”, disse o comandante do destacamento do 3º BEC, coronel Vanilson Gurgel Vaz.
Passando pelo canal de captação, a água seguirá por esse canal até a estação de bombeamento, que ficará a cargo do consórcio das empresas Encalso, Convap, Arvek e Record, que construirá todas as seis estações no Leste. Tanto as atividades desse consórcio como as da Camargo Correia, que ganhou a licitação para a construção do restante do canal no Lote 9, ainda não começaram. Estão aguardando a liberação de licenças ambientais e da prefeitura para iniciarem as instalações. “Dentro de 25 dias a Camargo inicia os serviços. Entregamos todo esse eixo em 2010”, garantiu o diretor de Projetos Estratégicos do Ministério da Integração, Francisco Abreu.
Fonte: Folha de Pernambuco
2° Encontro de Jipeiros e Caminhoneiro de Floresta-PE
Floresta-PE, centenas de pessoas participaram do 2° Encontro de jeepeiros e Caminhoneiros nos dias 25,26,27 desse mês. Na progamação, trilha, missa (São Cristovão), Show´s, JeepCross.
Veja as fotos:
http://www.portalflorestanet.com.br
http://www.sertaoeventos.com
http://www.etomefesta.com
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domingo, 27 de julho de 2008
Os homens de Nazaré
Os homens de Nazaré
Reportagem feita pelo Diário de Pernambuco.
Atual vila de Carqueja, distrito de Floresta, não acolheu bem os Ferreira pelo fato de Virgulino e os irmãos andarem armados. Na época do cangaço, forneceu perseguidores
A distância de cinco léguas entre os Ferreira, agora instalados no sítio Poço do Negro, e Saturnino não foi suficiente para acabar com as desavenças. Os moradores de Nazaré tinham ligações familiares e de amizade com os Nogueira e Saturnino e não gostavam de ver o trio de irmãos - Virgulino, Antonio e Livino - circular armado pelas ruas da vila recém-criada. José Saturnino, por sua vez, descumpriu em poucos meses o acordo de não aparecer no território inimigo e entra, em 1918, no lugar montado a cavalo, com o objetivo de cobrar uma dívida não paga. Na saída, ele foi alvo de uma emboscada, mas consegue fugir a pé. As afrontas de Virgulino e irmãos não são mais aceitas pelos nazarenos. Em troca de tiros com os moradores, Livino é baleado no ombro e permanece quase um mês na cadeia de Floresta.
No mês de outubro daquele ano, a família Ferreira volta a se mudar, desta vez para Alagoas. A nova moradia seria o Sítio Olho D'Água, em Água Branca (a 304 quilômetros de Maceió), onde já estava instalado Antonio Matilde,sogro de José Ferreira. As sucessivas mudanças de endereço apressavam também o empobrecimento da família. Matilde e os Ferreira tomam conhecimento de uma carta escrita por José Saturnino para o coronel Ulisses Luna, dono do Olho D'Água, alertando que ele estava abrigando malfeitores. Matilde pede a ajuda do cangaceiro Sinhô Pereira, que lhe cede seis homens para um ataque às fazendas Pedreira e Serra Vermelha, de José Saturnino.
O inimigo dos Ferreira também tem o reforço de um cangaceiro, Casimiro Honório, irmão de sua mãe. Os dois grupos se enfrentaram em Serra Talhada, onde Matilde e os Ferreira estavam matando todo o gado e destruindo as duas propriedades de Saturnino. De acordo com Élise Grunspan-Jasmin, autora de Lampião, senhor do Sertão, "pouco tempo depois do combate contra Casimiro Honório, os irmãos Ferreira entraram para o banditismo e se entregaram a pilhagens". Os Ferreira ainda travam amizade com a família Porcino, com quem teriam praticado assaltos a propriedades isoladas, em grupos de até doze homens.
Em fevereiro de 1920, os irmãos Ferreira, juntamente com Antonio Matilde e provavelmente os Porcino, atacam a vila alagoana de Pariconhas, no que seria a entrada oficial dos pernambucanos na criminalidade. Perseguido por uma volante comandada pelo sargento José Lucena, Antonio Matilde sai de cena. Dias depois da pilhagem, João Ferreira é preso ao entrar na cidade, onde iria comprar remédios para o tio. Na tentativa de resgate do irmão, os Ferreira travam um combate que duraria uma hora de fogo pesado.
Já nessa época, o velho Ferreira havia recomeçado a vida em outro lugar. O destino seria Mata Grande, também em Alagoas. Com os filhos mais velhos na clandestinidade, havia seguido com a mulher para uma propriedade de Sinhô Fragoso. Já abatida pela idade e pelo sofrimento, Maria Sulena da Purificação morre de ataque cardíaco em abril de 1921. Algumas semanas depois, já no mês de maio, o patriarca é abatido pela volante de Lucena, que andava à procura dos irmãos.
Nertan Macedo, autor de Lampião, CapitãoVirgulino Ferreira, cita que, no exato momento da emboscada em que José Ferreira morre Virgulino passa a ser Lampião. "Punirá o bandido, daí por diante, não apenas os seus semelhantes, mas a sua própria terra. (...) Exibirá reações as mais contraditórias e inexplicáveis. Amará perdidamente os irmãos e as irmãs. Com eles e por eles chorará os momentos mais tristes".
Fonte: Fundaj
Link: http://www.fundaj.gov.br/notitia/servlet/newstorm.ns.presentation.NavigationServlet?publicationCode=16&pageCode=1017&textCode=11326&date=currentDate
Reportagem feita pelo Diário de Pernambuco.
Atual vila de Carqueja, distrito de Floresta, não acolheu bem os Ferreira pelo fato de Virgulino e os irmãos andarem armados. Na época do cangaço, forneceu perseguidores
A distância de cinco léguas entre os Ferreira, agora instalados no sítio Poço do Negro, e Saturnino não foi suficiente para acabar com as desavenças. Os moradores de Nazaré tinham ligações familiares e de amizade com os Nogueira e Saturnino e não gostavam de ver o trio de irmãos - Virgulino, Antonio e Livino - circular armado pelas ruas da vila recém-criada. José Saturnino, por sua vez, descumpriu em poucos meses o acordo de não aparecer no território inimigo e entra, em 1918, no lugar montado a cavalo, com o objetivo de cobrar uma dívida não paga. Na saída, ele foi alvo de uma emboscada, mas consegue fugir a pé. As afrontas de Virgulino e irmãos não são mais aceitas pelos nazarenos. Em troca de tiros com os moradores, Livino é baleado no ombro e permanece quase um mês na cadeia de Floresta.
No mês de outubro daquele ano, a família Ferreira volta a se mudar, desta vez para Alagoas. A nova moradia seria o Sítio Olho D'Água, em Água Branca (a 304 quilômetros de Maceió), onde já estava instalado Antonio Matilde,sogro de José Ferreira. As sucessivas mudanças de endereço apressavam também o empobrecimento da família. Matilde e os Ferreira tomam conhecimento de uma carta escrita por José Saturnino para o coronel Ulisses Luna, dono do Olho D'Água, alertando que ele estava abrigando malfeitores. Matilde pede a ajuda do cangaceiro Sinhô Pereira, que lhe cede seis homens para um ataque às fazendas Pedreira e Serra Vermelha, de José Saturnino.
O inimigo dos Ferreira também tem o reforço de um cangaceiro, Casimiro Honório, irmão de sua mãe. Os dois grupos se enfrentaram em Serra Talhada, onde Matilde e os Ferreira estavam matando todo o gado e destruindo as duas propriedades de Saturnino. De acordo com Élise Grunspan-Jasmin, autora de Lampião, senhor do Sertão, "pouco tempo depois do combate contra Casimiro Honório, os irmãos Ferreira entraram para o banditismo e se entregaram a pilhagens". Os Ferreira ainda travam amizade com a família Porcino, com quem teriam praticado assaltos a propriedades isoladas, em grupos de até doze homens.
Em fevereiro de 1920, os irmãos Ferreira, juntamente com Antonio Matilde e provavelmente os Porcino, atacam a vila alagoana de Pariconhas, no que seria a entrada oficial dos pernambucanos na criminalidade. Perseguido por uma volante comandada pelo sargento José Lucena, Antonio Matilde sai de cena. Dias depois da pilhagem, João Ferreira é preso ao entrar na cidade, onde iria comprar remédios para o tio. Na tentativa de resgate do irmão, os Ferreira travam um combate que duraria uma hora de fogo pesado.
Já nessa época, o velho Ferreira havia recomeçado a vida em outro lugar. O destino seria Mata Grande, também em Alagoas. Com os filhos mais velhos na clandestinidade, havia seguido com a mulher para uma propriedade de Sinhô Fragoso. Já abatida pela idade e pelo sofrimento, Maria Sulena da Purificação morre de ataque cardíaco em abril de 1921. Algumas semanas depois, já no mês de maio, o patriarca é abatido pela volante de Lucena, que andava à procura dos irmãos.
Nertan Macedo, autor de Lampião, CapitãoVirgulino Ferreira, cita que, no exato momento da emboscada em que José Ferreira morre Virgulino passa a ser Lampião. "Punirá o bandido, daí por diante, não apenas os seus semelhantes, mas a sua própria terra. (...) Exibirá reações as mais contraditórias e inexplicáveis. Amará perdidamente os irmãos e as irmãs. Com eles e por eles chorará os momentos mais tristes".
Fonte: Fundaj
Link: http://www.fundaj.gov.br/notitia/servlet/newstorm.ns.presentation.NavigationServlet?publicationCode=16&pageCode=1017&textCode=11326&date=currentDate
Transposição do São Francisco
O que é o Projeto?
O Projeto de Integração do Rio São Francisco com as Bacias Hidrográficas do Nordeste Setentrional é um empreendimento do Governo Federal, sob a responsabilidade do Ministério da Integração Nacional, destinado à assegurar a oferta de água, em 2025, a cerca de 12 milhões de habitantes de pequenas, médias e grandes cidades da região semi-árida dos estados de Pernambuco, Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte. A integração do rio São Francisco às bacias dos rios temporários do Semi-árido será possível com a retirada contínua de 26,4 m³/s de água, o equivalente a 1,4% da vazão garantida pela barragem de Sobradinho (1850 m³/s) no trecho do rio onde se dará a captação. Este montante hídrico será destinado ao consumo da população urbana de 390 municípios do Agreste e do Sertão dos quatro estados do Nordeste Setentrional. Nos anos em que o reservatório de Sobradinho estiver vertendo, o volume captado poderá ser ampliado para até 127 m³/s, contribuindo para o aumento da garantia da oferta de água para múltiplos usos.
Eixos do projeto
O Projeto de Integração do Rio São Francisco com as Bacias Hidrográficas do Nordeste Setentrional prevê a construção de dois canais: o Eixo Norte que levará água para os sertões de Pernambuco, Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte e o Eixo Leste que beneficiará parte do sertão e as regiões agreste de Pernambuco e da Paraíba.
O Eixo Norte, a partir da captação no rio São Francisco próximo à cidade de Cabrobó – PE, percorrerá cerca de 400 km, conduzindo água aos rios Salgado e Jaguaribe, no Ceará; Apodi, no Rio Grande do Norte; e Piranhas-Açu, na Paraíba e Rio Grande do Norte. Ao cruzar o estado de Pernambuco este eixo disponibilizará água para atender as demandas de municípios inseridos em 3 sub-bacias do rio São Francisco: Brígida, Terra Nova e Pajeú. Para atender a região do Brígida, no oeste de Pernambuco, foi concebido um ramal de 110km de comprimento que derivará parte da vazão do Eixo Norte para os açudes Entre Montes e Chapéu.
Projetado para uma capacidade máxima de 99 m³/s, o Eixo Norte operará com uma vazão contínua de 16,4 m³/s, destinados ao consumo humano. Em períodos recorrentes de escassez de água nas bacias receptoras e de abundância na bacia do São Francisco (Sobradinho vertendo), as vazões transferidas poderão atingir a capacidade máxima estabelecida. Os volumes excedentes transferidos serão armazenados em reservatórios estratégicos existentes nas bacias receptoras: Atalho e Castanhão, no Ceará; Armando Ribeiro Gonçalves, Santa Cruz e Pau dos Ferros, no Rio Grande do Norte; Engenheiro Ávidos e São Gonçalo, na Paraíba; e Chapéu e Entre Montes, em Pernambuco.
O Eixo Leste que terá sua captação no lago da barragem de Itaparica, no município de Floresta – PE, se desenvolverá por um caminhamento de 220 km até o rio Paraíba – PB, após deixar parte da vazão transferida nas bacias do Pajeú, do Moxotó e da região agreste de Pernambuco. Para o atendimento das demandas da região agreste de Pernambuco, o projeto prevê a construção de um ramal de 70 km que interligará o Eixo Leste à bacia do rio Ipojuca.
Previsto para uma capacidade máxima de 28 m³/s, o Eixo Leste funcionará com uma vazão contínua de 10 m³/s, disponibilizados para consumo humano. Periodicamente, em caso de sobras de água em Sobradinho e de necessidade nas regiões beneficiadas, o canal poderá funcionar com a vazão máxima, transferindo este excedente hídrico para reservatórios existentes nas bacias receptoras: Poço da Cruz, em Pernambuco, e Epitácio Pessoa (Boqueirão), na Paraíba.
Os eixos de integração foram concebidos na forma de canais de terra, com seção trapezoidal, revestidos internamente por membrana plástica impermeável, com recobrimento de concreto. Nos trechos de travessia de rios e riachos serão construídos aquedutos, sendo previstos túneis para a ultrapassagem de áreas com altitude mais elevada. Para vencer o desnível do terreno entre os pontos mais altos do relevo, ao longo dos percursos dos canais, e os locais de captação no rio São Francisco, serão implantadas 9 estações de bombeamento: 3 no Eixo Norte, com elevação total de 180m, e 6 no Eixo Leste, elevando a uma altura total de 300m. Ao longo dos eixos principais e de seus ramais, serão construídas 30 barragens para desempenharem a função de reservatórios de compensação, permitindo o fluxo de água nos canais mesmo durante as horas do dia em que as estações de bombeamento estejam desligadas (as bombas ficarão de 3 a 4 horas por dia desligadas para reduzir os custos com energia).
O Eixo Norte, a partir da captação no rio São Francisco próximo à cidade de Cabrobó – PE, percorrerá cerca de 400 km, conduzindo água aos rios Salgado e Jaguaribe, no Ceará; Apodi, no Rio Grande do Norte; e Piranhas-Açu, na Paraíba e Rio Grande do Norte. Ao cruzar o estado de Pernambuco este eixo disponibilizará água para atender as demandas de municípios inseridos em 3 sub-bacias do rio São Francisco: Brígida, Terra Nova e Pajeú. Para atender a região do Brígida, no oeste de Pernambuco, foi concebido um ramal de 110km de comprimento que derivará parte da vazão do Eixo Norte para os açudes Entre Montes e Chapéu.
Projetado para uma capacidade máxima de 99 m³/s, o Eixo Norte operará com uma vazão contínua de 16,4 m³/s, destinados ao consumo humano. Em períodos recorrentes de escassez de água nas bacias receptoras e de abundância na bacia do São Francisco (Sobradinho vertendo), as vazões transferidas poderão atingir a capacidade máxima estabelecida. Os volumes excedentes transferidos serão armazenados em reservatórios estratégicos existentes nas bacias receptoras: Atalho e Castanhão, no Ceará; Armando Ribeiro Gonçalves, Santa Cruz e Pau dos Ferros, no Rio Grande do Norte; Engenheiro Ávidos e São Gonçalo, na Paraíba; e Chapéu e Entre Montes, em Pernambuco.
O Eixo Leste que terá sua captação no lago da barragem de Itaparica, no município de Floresta – PE, se desenvolverá por um caminhamento de 220 km até o rio Paraíba – PB, após deixar parte da vazão transferida nas bacias do Pajeú, do Moxotó e da região agreste de Pernambuco. Para o atendimento das demandas da região agreste de Pernambuco, o projeto prevê a construção de um ramal de 70 km que interligará o Eixo Leste à bacia do rio Ipojuca.
Previsto para uma capacidade máxima de 28 m³/s, o Eixo Leste funcionará com uma vazão contínua de 10 m³/s, disponibilizados para consumo humano. Periodicamente, em caso de sobras de água em Sobradinho e de necessidade nas regiões beneficiadas, o canal poderá funcionar com a vazão máxima, transferindo este excedente hídrico para reservatórios existentes nas bacias receptoras: Poço da Cruz, em Pernambuco, e Epitácio Pessoa (Boqueirão), na Paraíba.
Os eixos de integração foram concebidos na forma de canais de terra, com seção trapezoidal, revestidos internamente por membrana plástica impermeável, com recobrimento de concreto. Nos trechos de travessia de rios e riachos serão construídos aquedutos, sendo previstos túneis para a ultrapassagem de áreas com altitude mais elevada. Para vencer o desnível do terreno entre os pontos mais altos do relevo, ao longo dos percursos dos canais, e os locais de captação no rio São Francisco, serão implantadas 9 estações de bombeamento: 3 no Eixo Norte, com elevação total de 180m, e 6 no Eixo Leste, elevando a uma altura total de 300m. Ao longo dos eixos principais e de seus ramais, serão construídas 30 barragens para desempenharem a função de reservatórios de compensação, permitindo o fluxo de água nos canais mesmo durante as horas do dia em que as estações de bombeamento estejam desligadas (as bombas ficarão de 3 a 4 horas por dia desligadas para reduzir os custos com energia).
Um rio que une climas e regiões diferentesRio da integração nacional, o São Francisco, descoberto em 1502, tem esse título por ser o caminho de ligação do Sudeste e do Centro-Oeste com o Nordeste. Desde as suas nascentes, na Serra da Canastra, em Minas Gerais, até sua foz, na divisa de Sergipe e Alagoas, ele percorre 2.700 km. Ao longo desse percurso, que banha cinco Estados, o rio se divide em quatro trechos: o Alto São Francisco, que vai de suas cabeceiras até Pirapora, em Minas Gerais; o Médio, de Pirapora, onde começa o trecho navegável, até Remanso, na Bahia; o Submédio, de Remanso até Paulo Afonso, também na Bahia; e o Baixo, de Paulo Afonso até a foz.
O rio São Francisco recebe água de 168 afluentes, dos quais 99 são perenes, 90 estão na sua margem direita e 78 na esquerda. A produção de água de sua Bacia concentra-se nos cerrados do Brasil Central e em Minas Gerais e a grande variação do porte dos seus afluentes é consequência das diferenças climáticas entre as regiões drenadas. O Velho Chico – como carinhosamente o rio também é chamado – banha os Estados de Minas Gerais, Bahia, Pernambuco, Sergipe e Alagoas. Sua Bacia hidrográafica também envolve parte do Estado de Goiás e o Distrito Federal.
Os índices pluviais da Bacia do São Francisco variam entre sua nascente e sua foz. A poluviometria média vai de 1.900 milímetros na área da Serra da Canastra a 350 milímetros no semi-árido nordestino. Por sua vez, os índices relativos à evaporação mudam inversamente e crescem de acordo com a distância das nascentes: vão de 500 milímetros anuais, na cabeceira, a 2.200 milímetros anuais em Petrolina (PE).
Embora o maior volume de água do rio seja ofertado pelos cerrados do Brasil Central e pelo Estado de Minas Gerais, é a represa de Sobradinho que garante a regularidade de vazão do São Francisco, mesmo durante a estação seca, de maio a outubro. Essa barragem, que é citada como o pulmão do rio, foi planejada para garantir o fluxo de água regular e contínuo à geração de energia elétrica da cascata de usinas operadas pela Companhia Hidrelétrica do São Francisco (Chesf) – Paulo Afonso, Itaparica, Moxotó, Xingó e Sobradinho. É é assim que ela opera.
Depois de movimentarem os gigantescos geradores daquelas cinco hidrelétricas, as águas do São Francisco correm para o mar. Atualmente, 95% do volume médio liberado pela barragem de Sobradinho – 1.850 metros cúbicos por segundo – são despejados na foz e apenas 5% são consumidos no Vale. Nos anos chuvosos, a vazão de Sobradinho chega a ultrapassar 15 mil metros cúbicos por segundo, e todo esse excedente também vai para o mar.
A irrigação no Vale do São Francisco, especialmente no semi-árido, é uma atividade social e econômica dinâmica, geradora de emprego e renda na região e de divisas para o País – suas frutas são exportadas para os EUA e Europa. A área irrigada poderá ser expandida para até 800 mil hectares, nos próximos anos, o que será possível pela participação crescente da iniciativa privada.
O Programa de Revitalização do São Francisco, cujas ações já se iniciaram, contempla, no curto prazo, a melhoria da navegação no rio, providência que permitirá a otimização do transporte de grãos (soja, algodão e milho, essencialmente) do Oeste da Bahia para o porto de Juazeiro (BA) e daí, por ferrovia, para os principais portos nordestinos.
O rio São Francisco recebe água de 168 afluentes, dos quais 99 são perenes, 90 estão na sua margem direita e 78 na esquerda. A produção de água de sua Bacia concentra-se nos cerrados do Brasil Central e em Minas Gerais e a grande variação do porte dos seus afluentes é consequência das diferenças climáticas entre as regiões drenadas. O Velho Chico – como carinhosamente o rio também é chamado – banha os Estados de Minas Gerais, Bahia, Pernambuco, Sergipe e Alagoas. Sua Bacia hidrográafica também envolve parte do Estado de Goiás e o Distrito Federal.
Os índices pluviais da Bacia do São Francisco variam entre sua nascente e sua foz. A poluviometria média vai de 1.900 milímetros na área da Serra da Canastra a 350 milímetros no semi-árido nordestino. Por sua vez, os índices relativos à evaporação mudam inversamente e crescem de acordo com a distância das nascentes: vão de 500 milímetros anuais, na cabeceira, a 2.200 milímetros anuais em Petrolina (PE).
Embora o maior volume de água do rio seja ofertado pelos cerrados do Brasil Central e pelo Estado de Minas Gerais, é a represa de Sobradinho que garante a regularidade de vazão do São Francisco, mesmo durante a estação seca, de maio a outubro. Essa barragem, que é citada como o pulmão do rio, foi planejada para garantir o fluxo de água regular e contínuo à geração de energia elétrica da cascata de usinas operadas pela Companhia Hidrelétrica do São Francisco (Chesf) – Paulo Afonso, Itaparica, Moxotó, Xingó e Sobradinho. É é assim que ela opera.
Depois de movimentarem os gigantescos geradores daquelas cinco hidrelétricas, as águas do São Francisco correm para o mar. Atualmente, 95% do volume médio liberado pela barragem de Sobradinho – 1.850 metros cúbicos por segundo – são despejados na foz e apenas 5% são consumidos no Vale. Nos anos chuvosos, a vazão de Sobradinho chega a ultrapassar 15 mil metros cúbicos por segundo, e todo esse excedente também vai para o mar.
A irrigação no Vale do São Francisco, especialmente no semi-árido, é uma atividade social e econômica dinâmica, geradora de emprego e renda na região e de divisas para o País – suas frutas são exportadas para os EUA e Europa. A área irrigada poderá ser expandida para até 800 mil hectares, nos próximos anos, o que será possível pela participação crescente da iniciativa privada.
O Programa de Revitalização do São Francisco, cujas ações já se iniciaram, contempla, no curto prazo, a melhoria da navegação no rio, providência que permitirá a otimização do transporte de grãos (soja, algodão e milho, essencialmente) do Oeste da Bahia para o porto de Juazeiro (BA) e daí, por ferrovia, para os principais portos nordestinos.
Vídeos
Vídeo da viagem do Ministro Geddel Vieira Lima ao rio São Francisco, da nascente até a foz, em junho de 2007
Vídeo apresenta o Projeto São Francisco e o andamento das obras nos Eixos Norte e Leste, em Pernambuco, iniciadas no último ano
Pronunciamento do ministro Geddel Vieira Lima sobre o Projeto São Francisco
Índios Pipipã
Pipipã: Esses índios viviam nas caatingas entre os vales dos rios Moxotó e Pajeú e foram praticamente dizimados em meados do século XVIII. Atualmente, existe um pequeno grupo de remanescentes no município de Floresta, na região do Rio São Francisco.
Entre os Pipipã, já no século XXI, tanto o seu território quanto a composição das aldeias estão em processo de definição, decorrente do fato de separarem-se dos Kambiwá e estabelecerem-se dentro do território demarcado como área indígena daquele povo. Fala-se, entre os Pipipã , da existência de cinco aldeias, sobre as quais passamos a relatar.
A Aldeia Travessão do Ouro está situada próxima à Serra do Periquito, no Km 29 da BR-360 em Floresta-PE. Aqui, um conglomerado de casas em alvenaria e de taipa ou pau-a-pique perfila a estrada principal. Nessa aldeia há uma escola, um posto de saúde e duas associações: Pau Ferro Grande dos Índios a Associação de Mães, e dois terreiros ativos. Sua população é de aproximadamente 324 pessoas e um total de 72 famílias.
Capoeira do Barro é uma aldeia onde viviam não-índios dentro de um projeto de assentamento do INCRA, com duas fileiras de casas frente a frente; um grande pátio ao centro, em que se realiza a Dança do Toré; essa área foi recentemente ocupada pelos Pipipã. Na aldeia, ficou morando o cacique mais um de grupo de índios vindos das aldeias Travessão do Ouro, Faveleira e Serra Negra, dentro do território demarcado como área Kambiwá, e autodemarcado como território tradicional dos Pipipã.
Na aldeia faveleira, convivem índios e não-índios e há muitos posseiros dentro da área. Ë nessa aldeia que está instalado o Sistema de Abastecimento de água que distribui para o travessão e Capoeira do Barro; nela também funciona uma escola, uma creche e recentemente um posto de saúde.
A aldeia Serra Negra está em processo de esvaziamento, sendo ocupada temporariamente durante o ritual do Aricuri. Situada nas proximidades da serra de mesmo nome, reúne aproximadamente treze famílias, totalizando 67 pessoas.
A aldeia Caraíba fica situada próxima à Serra do Taiado e ao Serrote do Tamanduá. É a única aldeia que se define Pipipã fora do território dos Kambiwá. A terra não é demarcada nem, reconhecida oficialmente como área indígena. Seus moradores possuem título de propriedade. Nela existem quinze casas dispersas pela caatinga, com 19 famílias um total de 100 pessoas. As principais lideranças são Antônio Xavier e o Velho Manoel Francisco Xavier Filho. Dentro dessa área, que os Pipipã estão definindo como Caraíba, há três outras localidades tais como: Jaburu, com quatros casas dispersas de propriedade de Aloízio Filho, Manoel José, Bartolomeu José e Pedro José; em Lagoa Rasa encontramos três casas onde moram Joaquim Antônio, Antônio Francisco e Alaíde Maria; no lugar chamado Vassoura há mais três casas pertencentes a Manoel Idelfonso, Antônio Alves e Cícero Alves; por fim a Caraíbas lugar de maior concentração, porém não há aglomeração de casas. Estas encontram-se dispostas entre a caatinga, interligadas por pequenas trilhas. Ao todo, são treze, pertencentes a Antônio Xavier, Pequena, Serafim, Basílio, Benedito, Marleide, José Antônio, Antônio Henrique, Manoel Firmino, Ulisses, Luiz Manoel, Terezinha, Manoel Francisco. Nessa aldeia existem dois terreiros e vários limpos (o limpo é um terreiro natural em que os Pipipã realizavam a Dança do Toré, geralmente está situado a uma certa proximidade de suas roças ou no trajeto entre as Caraíbas e a Serra Negra, percurso que eles fazem a pé), um escolar, uma cisterna coletiva que é abastecida por carros-pipa e onde a população se abastece com galões, carros de mão e latas.
Hoje os Pipipã se afirmam em 2.050 índios espalhados na ribeira do Pajeú, entretanto, os dados atuais da Funasa registram uma população de 1.312 índios.
Dados sobre a população Pipipã têm sido sempre imprecisos como entre a maioria dos povos indígenas. Não foram computados os dados populacionais de Capoeira do Barro depois dos deslocamentos de famílias para aquela aldeia. Há uma outra aldeia chamada Alfredo que não possuímos dados.
Informações Complementares:
Os Pipipã constituem grupo dissidente Kambiwá, que reinvidica estudo de terras que contemple a Serra Negra e adjacências, áreas historicamente pleiteadas pelos Kambiwá/Pipipã, e que não foram inseridas na TI Kambiwá, homologada em 1998, com 31.495 ha.
A Aldeia Travessão do Ouro está situada próxima à Serra do Periquito, no Km 29 da BR-360 em Floresta-PE. Aqui, um conglomerado de casas em alvenaria e de taipa ou pau-a-pique perfila a estrada principal. Nessa aldeia há uma escola, um posto de saúde e duas associações: Pau Ferro Grande dos Índios a Associação de Mães, e dois terreiros ativos. Sua população é de aproximadamente 324 pessoas e um total de 72 famílias.
Capoeira do Barro é uma aldeia onde viviam não-índios dentro de um projeto de assentamento do INCRA, com duas fileiras de casas frente a frente; um grande pátio ao centro, em que se realiza a Dança do Toré; essa área foi recentemente ocupada pelos Pipipã. Na aldeia, ficou morando o cacique mais um de grupo de índios vindos das aldeias Travessão do Ouro, Faveleira e Serra Negra, dentro do território demarcado como área Kambiwá, e autodemarcado como território tradicional dos Pipipã.
Na aldeia faveleira, convivem índios e não-índios e há muitos posseiros dentro da área. Ë nessa aldeia que está instalado o Sistema de Abastecimento de água que distribui para o travessão e Capoeira do Barro; nela também funciona uma escola, uma creche e recentemente um posto de saúde.
A aldeia Serra Negra está em processo de esvaziamento, sendo ocupada temporariamente durante o ritual do Aricuri. Situada nas proximidades da serra de mesmo nome, reúne aproximadamente treze famílias, totalizando 67 pessoas.
A aldeia Caraíba fica situada próxima à Serra do Taiado e ao Serrote do Tamanduá. É a única aldeia que se define Pipipã fora do território dos Kambiwá. A terra não é demarcada nem, reconhecida oficialmente como área indígena. Seus moradores possuem título de propriedade. Nela existem quinze casas dispersas pela caatinga, com 19 famílias um total de 100 pessoas. As principais lideranças são Antônio Xavier e o Velho Manoel Francisco Xavier Filho. Dentro dessa área, que os Pipipã estão definindo como Caraíba, há três outras localidades tais como: Jaburu, com quatros casas dispersas de propriedade de Aloízio Filho, Manoel José, Bartolomeu José e Pedro José; em Lagoa Rasa encontramos três casas onde moram Joaquim Antônio, Antônio Francisco e Alaíde Maria; no lugar chamado Vassoura há mais três casas pertencentes a Manoel Idelfonso, Antônio Alves e Cícero Alves; por fim a Caraíbas lugar de maior concentração, porém não há aglomeração de casas. Estas encontram-se dispostas entre a caatinga, interligadas por pequenas trilhas. Ao todo, são treze, pertencentes a Antônio Xavier, Pequena, Serafim, Basílio, Benedito, Marleide, José Antônio, Antônio Henrique, Manoel Firmino, Ulisses, Luiz Manoel, Terezinha, Manoel Francisco. Nessa aldeia existem dois terreiros e vários limpos (o limpo é um terreiro natural em que os Pipipã realizavam a Dança do Toré, geralmente está situado a uma certa proximidade de suas roças ou no trajeto entre as Caraíbas e a Serra Negra, percurso que eles fazem a pé), um escolar, uma cisterna coletiva que é abastecida por carros-pipa e onde a população se abastece com galões, carros de mão e latas.
Hoje os Pipipã se afirmam em 2.050 índios espalhados na ribeira do Pajeú, entretanto, os dados atuais da Funasa registram uma população de 1.312 índios.
Dados sobre a população Pipipã têm sido sempre imprecisos como entre a maioria dos povos indígenas. Não foram computados os dados populacionais de Capoeira do Barro depois dos deslocamentos de famílias para aquela aldeia. Há uma outra aldeia chamada Alfredo que não possuímos dados.
Informações Complementares:
Os Pipipã constituem grupo dissidente Kambiwá, que reinvidica estudo de terras que contemple a Serra Negra e adjacências, áreas historicamente pleiteadas pelos Kambiwá/Pipipã, e que não foram inseridas na TI Kambiwá, homologada em 1998, com 31.495 ha.
Fonte: Povos indígenas de Pernambuco
Reserva Biológica da Serra Negra
Reserva Biológica da Serra Negra
Região: Nordeste
Estado: Pernambuco
Município: Floresta, Inajá e Tacaratu
Bioma: Caatinga
Área: 1.100 ha
Criação: Decreto 87.591 (20/09/1982)
Unidade de Proteção.
A Reseva está localizada na parte central do estado de Pernambuco, abrangendo terras dos municípios de Floresta, Inajá e Tacaratu. Fica às margens da estrada que liga Recife a Petrolândia, distante 16 km da rodovia BR-110. Partindo-se de Recife, toma-se a BR-232 até Cruzeiro do Nordeste, em seguida, entra a esquerda pela BR-110, na direção de Petrolândia; ao chegar ao local conhecido como Baixa do Juazeiro (40 Km após Ibimirim), entra-se à direita pela estrada municipal carroçável; ao percorrer 16 Km chega-se à Reserva.
O clima é tropical, com máxima precipitação pluviométrica no outono e mínima na primavera, com média anual de 300 a 500 mm. A temperatura média oscila entre 22 a 38 ºC, com mínima de 18ºC.
Constitui o cume de elevação isolada, geomorfologicamente denominada "inselberg" de rochas Arqueanas, predominantemente granito-gnáissicas que se eleva do solo peneplanizado da região do entorno. Apresenta uma verdadeira ilha de Floresta Tropical Pluvial, em pleno domínio de Caatinga. Espécies arbóreas características como o pau-ferro (Caesalpinia ferrea), pau-d'óleo (Copaifera trapezifolia), lacre, pau-d’arco-roxo (Tabebuia sp.) são encontrados na Reserva.
Da mesma forma que a flora, a fauna ainda sofre grande impacto negativo causado pela índole destrutiva da raça humana. Certo é, porém, a ocorrência de representantes da avifauna das matas regionais como a juriti-gemedeira e o maracanã, além de várias espécies de mamíferos. Desmatamento acentuado do entorno, caça, utilização de agrotóxicos indevidamente são os principais impactos.
Fonte: Ibama
Site: www.ambiemtebrasil.com.br
Cemitério Pernambucano
Cemitério Pernambucano
João Cabral de Melo Neto
''Antes de se ver Floresta
Se vê uma constantinopla
Complicada com barroco,
Gótico e cenário de ópera.
É o cemitério. E esse estuque,
Tão retórico e florido,
É o estilo doutor, do gosto
Do orador e do político.
De um político orador,
Que em vez de frases, com tumbas
Quis compor esta oração
Toda em palavras esdrúxulas.
Esdrúxulas da folha plana
Do sertão, onde, desnuuda,
A vida não ora, fala
E com palavras agudas''
Cemitério São Miguel
João Cabral de Melo Neto
''Antes de se ver Floresta
Se vê uma constantinopla
Complicada com barroco,
Gótico e cenário de ópera.
É o cemitério. E esse estuque,
Tão retórico e florido,
É o estilo doutor, do gosto
Do orador e do político.
De um político orador,
Que em vez de frases, com tumbas
Quis compor esta oração
Toda em palavras esdrúxulas.
Esdrúxulas da folha plana
Do sertão, onde, desnuuda,
A vida não ora, fala
E com palavras agudas''
Cemitério São Miguel
O riacho mais famoso do Brasil
O Riacho do Navio é um curso fluvial temporário que atravessa o sertão pernambucano e é afluente do rio Pajeú. Sua fama se deve à música de Luiz Gonzaga.
RIACHO DO NAVIO
Luiz Gonzaga e Zé Dantas
Riacho do Navio
Corre pro Pajeú
O rio Pajeú
Vai despejar no São Francisco
E o rio São Francisco vai bater no meio do mar
O rio São Francisco vai bater no meio do mar.
Ah, se eu fosse um peixeAo contrário do rio
Nadava contra as águas
E nesse desafio
Saía lá do mar pro riacho do Navio
Eu ia direitinho pro riacho do Navio.
Pra ver o meu brejinho
Fazer umas caçadas
Ver as pegas de boi
Andar nas vaquejadas
Dormir ao som do chocalho
E acordar com a passarada
Sem rádio, sem notícia das terras civilizadas.
Riacho do Navio
Tando lá não sinto frio.
Luiz Gonzaga - Riacho do Navio
Rio Pajeú
O Rio Pajeú é um rio que banha o estado de Pernambuco, no Brasil.
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o rio nasce na Serra da Balança, no município de Brejinho, próximo à divisa entre os estados da Paraíba e Pernambuco. É afluente do Rio Preto, um dos tributários do São Francisco. O Riacho do Navio — famoso em virtude da canção de Luiz Gonzaga — é um de seus afluentes.
A Bacia hidrográfica do Rio Pajeu representa 17,02% do Estado de Pernambuco. É o maior afluente no Sub-medio Rio Francisco. O Rio Pajeu nasce na Serra do Balanço( ou da Balança), município de Brejinho (antigo Distrito de Itapetim), entre os Estados de Pernambuco e Paraíba. Percorre uma distancia de 347 km ate desaguar no lago formado pela Barragem de Itaparica no Rio São Francisco.Margeia as cidade de; Itapetim, Tuparetama, Ingazeira, Afogados da Ingazeira, Carnaiba, Flores, Calumbi, Serra Talhada e Floresta.
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o rio nasce na Serra da Balança, no município de Brejinho, próximo à divisa entre os estados da Paraíba e Pernambuco. É afluente do Rio Preto, um dos tributários do São Francisco. O Riacho do Navio — famoso em virtude da canção de Luiz Gonzaga — é um de seus afluentes.
A Bacia hidrográfica do Rio Pajeu representa 17,02% do Estado de Pernambuco. É o maior afluente no Sub-medio Rio Francisco. O Rio Pajeu nasce na Serra do Balanço( ou da Balança), município de Brejinho (antigo Distrito de Itapetim), entre os Estados de Pernambuco e Paraíba. Percorre uma distancia de 347 km ate desaguar no lago formado pela Barragem de Itaparica no Rio São Francisco.Margeia as cidade de; Itapetim, Tuparetama, Ingazeira, Afogados da Ingazeira, Carnaiba, Flores, Calumbi, Serra Talhada e Floresta.
Luiz Gonzaga fala sobre Floresta na música Meu Pajeú
Luiz Gonzaga fala sobre Floresta na música Meu Pajeú
MEU PAJEÚ
Luiz Gonzaga e Raymundo Granjeiro
Já faz um ano e tanto
Que eu deixei meu Pajeú
Com tanta felicidade
Vim penar aqui no Sul
Ah, um um
Ai, meu Deus
O que é que eu vou fazer
Longe do meu Pajeú
Não poderei viver
São Paulo tem muito ouro
Corre prata pelo chão
O dinheiro corre tanto
Que eu não posso pegar não
Ah, um um...
Ai, meu Deus
O que é que eu vou fazer
Longe do meu Pajeú
Não poderei viver
Paulista é gente boa
Mas é de lascar o cano
Eu nasci no Pajeú
E só me chamam de baiano
Ah, um um...
Ai, meu Deus
O que é que eu vou fazer
Longe do meu Pajeú
Não poderei viver
No dia em que eu voltar
Vou fazer uma seresta
Vou rezar uma novena
Ao bom Jesus da Floresta
Ah, um um...
Ai, meu Deus
O que é que eu vou fazer
Longe do meu Pajeú
Não poderei viver
Luiz Gonzaga - Meu Pajeú
MEU PAJEÚ
Luiz Gonzaga e Raymundo Granjeiro
Já faz um ano e tanto
Que eu deixei meu Pajeú
Com tanta felicidade
Vim penar aqui no Sul
Ah, um um
Ai, meu Deus
O que é que eu vou fazer
Longe do meu Pajeú
Não poderei viver
São Paulo tem muito ouro
Corre prata pelo chão
O dinheiro corre tanto
Que eu não posso pegar não
Ah, um um...
Ai, meu Deus
O que é que eu vou fazer
Longe do meu Pajeú
Não poderei viver
Paulista é gente boa
Mas é de lascar o cano
Eu nasci no Pajeú
E só me chamam de baiano
Ah, um um...
Ai, meu Deus
O que é que eu vou fazer
Longe do meu Pajeú
Não poderei viver
No dia em que eu voltar
Vou fazer uma seresta
Vou rezar uma novena
Ao bom Jesus da Floresta
Ah, um um...
Ai, meu Deus
O que é que eu vou fazer
Longe do meu Pajeú
Não poderei viver
Luiz Gonzaga - Meu Pajeú
DICIONÁRIO LINGUISTÍCO DAS EXPRESSÕES E VOCÁBULOS LOCAIS E REGIONAIS DE A a Z.
DICIONÁRIO LINGUISTÍCO DAS EXPRESSÕES E VOCÁBULOS LOCAIS E REGIONAIS DE A a Z.
Abestalhado – bobo, atrapalhado, confuso
Abilolado – besta
Abra o olho! – ficar esperto
Abiscoitado – atrapalhado, bobo
Acabrunhado – envergonhado
Acunha – vá em frente, faça
Adjunto adjuntório – muita gente
Adonde – a onde
Agora é! Agora foi! Agora seja, pra dá uma dor! Agora tenha! Agora vá! – Algo que não é para ser, discordância de algo
Aquidá – taxo
Ai meu Deus! – Usa-se em uma conversa difícil de entender
Ai veio! – Espécie de comprimento entre os jovens
Ajuntamento – muita gente
Amancebada – viver juntos, sem casar
Amuado – entristecido, esconder-se
Anágua – saiote de baixo, combinação
Angu de caroço – deu confusão, atrapalhou tudo
Antô – então
Aparelho – sanitário
Apariada- fazendo parceria, formando par
Apetrecho – coisas relacionadas
Apalermado – palerma
Aprochegue – venha pra perto
Areia de cemitério – pessoa que namora todo mundo
Apois – então
Arrilique – coisa rara
Ariar panela – limpar, lavar
Aribé – bacia de barro
Arre égua! – espanto, surpresa
Arrepare – quando se pede para cuidar de algo ou prestar atenção
Arretado – bem legal
Arripunância – entojo
Arriado – mole, imobilizado
Arriar – adoeceu
Arriba daqui ! – saia logo!
Arupemba – peneira feita de cipó
Atrepado – em cima de algo
Ave maria! – Espanto, admiração, medo ou alegria
Azedo – surpreender com o temperamento bravo
B subir
Baba-ovo – puxa saco, gosta de viver na cola de pessoas poderosas
Bagaceira – bagunça
Baita de língua – falador
Baldo – balde
Bambambam – inteligente
Banda vuou – pessoa largada, vai com todo mundo
Bafo de onça – alcoolizado
Baleado – doente, cansado
Banana- sem coragem
Bassora – vassoura
Brega – sem estilo, feio
Biata – ponta de cigarro
Bicho besta – pessoa ingênua
Biela – aperriado, sem dinheiro, desligar o carro descer a ladeira
Birra – manha
Biruta – aéreo, besta, doido
Bitoca – beijinho
Bixiga lixa- xingamento
Bixiguento – xingamento
Boba serena – xingamento
Boca de caçapa – falador demais
Boca mole – sem confiança
Boca murcha – sem opinião, sem apoio moral
Boca suja – que diz muito palavrão
Bocão – falador
Bocó – matuto, acanhado
Bolo de banha – gordo
Bora! – ir com alguém
Borocochó – desaminado
Bota pra quebrar – vai com tudo pra cima de, virar-se de
Botar uma pedra na boca – ter cuidado para não seperder
Boto a boca no mundo – falou tudo que sabia
Brabo – violento
Brenha – lugar distante, ou esquisito
Brobutão – alvoroço
Brocha – mole, viado
Broco – pessoa sem entendimento das coisas
Brotão – muita gente
Bulir – mexer, bagunçar, tirar do lugar
Burraldo – burro, não aprende
C subir
Cabelo de bucha – cabelo crespo
Cabra frouxo – sem coragem
Cabra safado – homem sem vergonha, atrevido
Cabreiro – desconfiado
Cabrunco – ta arretado, enfezado
Cabueta – pessoa que não guarda segredo, traidor
Cachete – comprimido
Cacimba – poço
Caçoar – fazer mangação
Cacunda – levar algo nos ombros
Cagou no Pau - vacilou
Cair na esparrela – ser enganado
Caiu do cavalo – foi enganado
Caiu no conte do vigário – foi enganado
Caiu no cacete – levou uma surra
Calcinha bunda rica – calça de criança cheia de babados
Califon – sutiã
Caloteira – não paga o que deve
Calunga – boneca
Cambada – muita gente
Cancela – portão
Cacete – pisa, pedaço de pau
Capiba – mulheres da vida fácil
Cara de lia – sem vergonha, lisa
Cara amassada – feia, zangada
Cara de pau – pessoa sem pudor, ta nem aí
Cara de rapariga – sem vergonha
Cara de santa puta – fingida
Cara lisa – pessoa que não tem vergonha na cara
Carinha de anjo – bonito, novo
Cardeirã – caldeirão
Carrancudo – bravo
Casa de noca – lugar bagunçado
Cascavele – cascavel
Catimbó – fazer feitiço a
Catingueto – pessoa mal cheirosa
Catota – sujeira do nariz
Catucar o cão com vara curta – provocar alguém
Cavalo – bruto
Chafurdo – barulho, desorganização
Cheio de si – convencido
Cheira-cola – menino de rua
Chorar lágrimas de sangue – arrependimento profundo
Chorar sobre o leite derramado – lamentar-se por algo que não deu certo
Chororó – choradeira
Chove não molha – não se decide
Chutar o balde – perder a calma
Cocota – roupa curta
Cocotinha – mocinha, garotinha
Coisa fofa – linda, bela
Coisa linda!!! – ironia
Combinação – roupa íntima, ou trato com alguém
Come pelas beiradas – paciente, manhoso
Come queto – pessoa que se cala
Comeu a isca – caiu na conversa
Comeu cru – ouviu desaforos
Comeu o pão que o diabo amassou – sofrer algo violento
Constipação – gripe
Coque – cabelos presos no alto da cabeça
Corpete – sutian inteiro
Costas largas – pessoa poderosa
Cotó – pequeno, curto
Creca – ferida, erupções na pele
Credo em cruz! Cruz credo! – espanto, admiração
Cri-cri – pessoa intransigente
Cuma? – o que?
Cupicha – cúmplice
Currale – curral
Cuspiu no prato que comeu – pessoa ingrata que não agradece
D subir
Dar cuns burros n’água – quando algo não dá certo
Dê corda que ele solta – conta tudo que sabe
Defrusso – pessoa doente
Deixe de firula – deixar de manha
Deixe de ser molenga – covarde
Desinfeta! – pedir a uma pessoa que se retire
Desmulhecou – virou bicha
Destrambelhado – pessoa atrapalhada
Deu luz – parir
Deu uma coça – bateu na chibata, correia
Difurso – gripe ou resfriado
Diga aí velho! – saudação, questionamento
Discansar – parir
Dixe – dizer
Dizer uma prosa – falar palavrão ou piada
Dono da rua – pessoa folgada
Dormiu seco e acordou molhado – quando pensava que nunca seria descoberto o seu mau feito
Dormiu virado pra lua – quando está zangado
Doutrina – catecismo
Duvideodó – duvidar de algo
E subir
Eita! – espanto
Ele é peixe – tem privilégio, apadrinhado de
Ele é um cagão – não tem coragem
Ele é craque – esperto, inteligente, desenrolado
Ele tem aquilo roxo – valente, machão
Embromar – enrolar na conversa
Encher lingüiça – enrolar, preencher espaço com embromação
Encrenqueira – pessoa briguenta
Enfeitada que nem navio de congresso – pessoa bem arrumada, com muitos apetrechos
Engolir sapo – agüentar desaforos
Engulho – vomitar
Enriba – em cima
Entala – entalado com comida
Entonce – então
Escabriado – acanhado
Espere deitado que em pé cansa – dizer pra não esperar
Essa conversa fedeu – passou dos limites
Eta bixinha agitada – nervosa
Está caluniando – levantar falso a outro
Está descansando – em repouso
Está em riba da cama – camado
Está mole – doente
Está quente – com febre
Está um esqueleto só – magro, doente
Está uma fera – muito zangado
Está vendo passarinho novo – está feliz
Estar com a corda no pescoço – estar com problemas finaceiros
Estar com a corda toda – estar animado, empolgado
Estica – escolhe – conversa sem fim
Estrupício – pessoa que incomoda
F subir
Faca de dois gume – enfrentar situação perigosa
Faca de dois gumes – algo duvidoso
Fala mais que homem da cobra – excesso de fala
Fala mansa – pessoa calma
Fala pelas bordas – excesso de fala
Faladeira – que fala demais
Falatório – boato
Fale logo vá! – deixar de conversa fiada, embromação
Faniquito – chilique
Fateira – conversadeira
Faxo – mato chamado faxeiro, pessoa assanhada
Fazer bonito – fazer bem, algo
Fazer fiado – afiançar em bodega
Fedor de macaco – sujeira, fedorenta
Feichadura – fechadura
Ficar de butuca – ficar de olho, atento
Ficar de coca – humilhado por alguém
Ficar de cueca – perder todos os bens
Frangote – criança
Franzino – não cresce
Friagem – tempo frio
Fritar na panela – entregar alguém
Ficar de esmola – empobrecer
Ficar de mãos abanando – ser enganado, ser deixado para trás, pobre
Ficar fugindo – esconder-se de alguém
Ficar na moita – ficar quieto, calado
Ficar na pindura – devendo no mercado
Ficar no bem bom – não fazer nada
Figuraça – bom demais, destaque
Fios – filhos
Foda – xingamento
Fogoió – pessoa de cor preta/ amarelo, sem cor definida
Fominha – pessoa fona
Frouxo – sem coragem
Fraco – pobre
Franga nova – menina assanhada
Fugir da raia – desconversar, sair da brincadeira antes de terminar
Fugurinha – pessoa inferior
Fuleiro – ir
Futricar – fofocar
G subir
Galatixa – lagartixa
Galhofa – zombar de
Galo – homem safado
Gamela – bacia de madeira
Garimpar – correr atrás
Gatinha – bonita
Gato – bonito
Gato escaldado – desconfiado, atento
Gato escaldado – estar esperto
Gavião – remendo de calça, paquerador, briguento
Gente boa – pessoa legal
Girafa – pessoa alta
Goiaba – otário
Gorducho – gordo
Gororoba – comida ruim
Gosta de fuleragem – gosta de vulgaridade
Gota-serena – xingamento
H subir
Haja conversa! – ficar de conversa
Haja fôlego! – falar muito
Haja paciência! – esperar demais
I subir
Icrizia – falso
Incarnado – vermelho, encarnado
Infeliz – pessoa mau, sem confiança
Inté – até mais
Inventar moda – inventar histórias infundadas, ter idéias
Inxirido – intrometido
Ir para o beleléu – morrer
Irimã (o) – irmã (o)
Isso é massa! – coisa legal
Isso é questão de tempo – coisa inevitável
Istombo – estômago
J subir
Jaca – sem gosto, mal arrumado, ignorante
Jacaré – falador
Jamanta – grosso, violento, gordo
Jegue – pessoa considerada sem inteligência
Jia de brejo – pessoa frienta, fria
Jogar conversa fora – bater papo, quando alguém não é compreendido
Jogar verde para colher maduro – buscar pistas
Jumento – violento
Jururu – triste, doente, calado
L subir
Ladino – ladrão
Lágrimas de crocodilo – choro falso
Lampejo – formação de idéias
Lascado – numa pior
Latrina – sanitário, boca suja
Lavou a égua – safou-se de algo, ganhou algo, ficou rico de repente
Lepe-lepe – sandália
Lero-lero – conversa mole
Ligeirinho – rápido em resolver algo
Língua afiada – fala demais, e o que não deve
Língua ferina – fala maldosamente
Lorota - mentira
Lumbriguento – sujo, xingamento, magro
Luva de pelica – fala macio
M subir
Macho- valente
Magote – muita gente junta
Mainha – mãe
Mais vale um pássaro na mão que dois voando – garantia, segurança
Mala – uma pessoa inconveniente, indigesta
Mane – pessoa boba
Mangar – rir de alguém
Mão leve – ladrão
Mão virada – homossexual
Massa – legal
Matratado – maltrato
Malencia – melancia
Me engana que eu gosto! – não convencer alguém
Metida – quer ser importante
Micha – pouco, sem graça
Minha cria – filho
Mictório – sanitário
Mangar – rir de
Minguado – pouco
Mijar fora do caco – fazer algo que não devia
Miserave – miserável
Misse – grampo de cabelo, biliro
Mocorongo – desarrumado, idiota
Moringa – jarra de água
Muié, mulé – mulher
Muiezinha, mulherzinha – chamado
Mulesta – xingamento
Muquifo – lugar pobre
Muro – quintal
Muturo – quintal
N subir
Nada e ele! É a mesma coisa – pessoa sem palavra
Nada é melhor do que ficar quieto – calado
Nada é melhor que o nosso canto – casa
Nadar em dinheiro – ganhar bem, ter boa profissão
Não comungo com isso – não concorda
Não há nada como um dia atrás do outro – ter esperança
Não dá reggae – não dá certo
Não quero ouvir um pio! Ficar calado
Não sabe da missa o terço – não conhece os fatos corretamente
Não sou sapo pra morrer pisado – não ser humilhado
Não tem papas na língua – falador
Nego preto – xingamento
Negue vá – desafiar alguém
Neguinho – carinho
Nem pense – não aceitar fazer algo
Nem te ligo – não dá bola
Ninguém é de ferro – reação, depois de muito trabalho
No tempo de rocno – antigamente
Nossa! – surpresa
Nota mil, nota dez – pessoa brilhante
Nunca, jamais! – reafirmar que não vai mais repetir
O subir
O caldo entornou! – chegou ao ponto de ser revelado
O gato comeu – deu sumiço
O rato roeu a corda – pessoa que revela o que não queria
Oitão – lados da casa
Opa! Pere aí! – esperar um pouco
Osado – atrevido
Osso duro de roer – duro na queda, resistente
Ostra – caladão
Otário – bobo, chato
Ovo virado – com raiva, chateado
Oxente – surpresa, questionar algo
Oxe! Surpresa, forma de negação
P subir
Painho – pai
Pamonha – mole, sem graça
Parangolé – conversa fiada
Parece um papangú de novena – bem enfeitada, cheia de adereços, feio
Parece um pateta – ridículo
Passadeira – diadema
Passe prus finalmente – diga logo, não enrolar
Pata choca – anda feio
Pé na tábua – ir rápido
Peça ruim – má
Pegou ar – ficou com raiva, convencido demais
Pegou no tranco – aprendeu a fazer sem ajuda
Perdeu o cabaço – perdeu a vingirdade
Peste – xingamento
Peste bubônica – xingamento
Piaba – pessoa sem importância
Piaba seca – pessoa muito magra
Pinguço – beberrão
Pinguela – ponte estreita
Piongo – triste
Piranha- mulher da vida fácil!
Pirralho – criança
Pistolão – pessoa importante da cidade
Pivete – criança
Ponche – suco
Por a mão na consciência – refletir
Pôr minhoca na cabeça – refletir sobre problemas inexistentes
Porreta – legal
Porta-seio – sutian
Premeiro – primeiro
Preta do leite – mulher conversadeira
Procurar sarna pra se coçar – procurar confusão
Prometer mundos e fundos – fazer promessas infundadas
Promode – por que, por causa
Prosiar – falar, conversar
Puara – prostituta
Pulou a cerca- trair
Puxa-encolhe – indeciso
Puxa-saco – pessoa que anda atrás de poderosos
Q subir
Qual é a graça ? – o nome da pessoa ou alguém perguntando o motivo do riso
Quando eu me arretar, sai de baixo! – indignação
Quando eu rodar a baiana você vai vê! – indignação
Quatro olhos – que usa óculos
Que cara amassada é essa ! – quando alguém parece não está bem
Que Deus lhe aumente – agradecimento
Que história é essa! Questionar algo
Quebra o galho – ajudar alguém
Queimar o dente – beber bebida alcoólica
Queixão – conversador, aproveitador, conquistador
Quem disse que você pode! Contra ordem
Quenga – prostituta, xingamento a mulher
R subir
Rabo cheio – bem alimentado, farto
Raça ruim – pessoa ruim
Raio da silibrina – xingamento
Reca de gente – multidão
Regateira – faladeira
Relampagando – relampeando
Raputenga – prostituta
Remeideira – pessoa que ensina fazer remédios, meizinha
Remelento – sujo
Risadinha besta – rir sem motivo
Roboculosa – bem feita
Rudo – incapaz
Ruge-ruge – tumulto
Rux-ruxe – tumulto
S subir
Sabugo enrolado – pessoa muito magra
Saia do meio, frente! – mandar se retirar
Salaminho – 10 kl de algum alimento
Sangue de arranha – pessoa que dá azar
Sangue de barata – indiferente, frio
Santa cruz de beira de estrada – muito enfeitada
Santinho do pau-oco – sonsa, falsa
Saúde de ferro – pessoa que nunca adoece
Se arrombou – está na pior
Se estrepou – ficou arruinado
Se vire! - faça só
Segurar vela – atrapalhar namoro
Senga – magra
Sente só! – perceber algo
Ser uma pedra no caminho – atrapalhar alguém
Será o Benedito! – será possível
Seu Zé – chamar uma pessoa que não sabe quem é
Sibite baleado – esbelta, magra
Sirrindo – rir
Só tem farofa – diz que faz e não faz
Só tem tiririca na cabeça – falar bobagem
Só tem gogó – não é de nada
Sole – sol quente
Soltar a franga – se soltar, ficar a vontade
Soltar o verbo – reclamar
Soltar os cachorros – ficar com raiva, gritar
Songa-minga – besta, bobo
Soque naquele canto – xingamento
Sou vacinado – sem medo de
Surra – pisa
T subir
Ta com o teitei! – naqueles dias, enfezado
Ta perdida – perdeu a virgindade
Ta roncando – muito apaixonado
Ta sem tino – endoidou
Ta tudo misturado – confusão
Ta viçando – apaixonado, no cio, na puberdade
Ta virado! – ta cá gota! Ta cá mulesta, etc – zangado, com raiva
Tamburete de forro – pessoa baixa, estatura
Tem angu nessa história – quando é mal contada
Tenha modos – deixa de ser mal educado
Terreiro – calçada, largo, pátio
Teve que engolir essa! – ouvir o que não queria
Tibungo – mergulho
Tição – negro
Tirar cheta – fazer gozação
Tirar o cavalo da chuva – desistir, perder as esperanças
To ligado – por atento
To na fossa – deprimido
To passo professora! – passei de ano
To travado – calar, bebeu demais
To virado – raiva
Tolé cheio – barriga cheia
Tolete – coco
Toma lá, da cá – troca, reação
Toró – muita chuva
Trabaiador – trabalhador
Tramóia – intriga
Traquina (o) – criança danada, inquieta
Trepar – subir em algo
Tribufu – pessoa gorda, feia
Tripa seca – magra
U subir
Ufa! – alivio
Urdir – tramar
Urra! – gritar
Upa! – pego de surpresa
Ué! – quando surpreendido
Usa e abusa, depois joga fora – não dá valor, namora depois abandona sem explicação
V subir
Vá pela sombra – tomar cuidado
Vá simbora – ir
Vaca – xingamento
Vaca de presépio – deixado pra trás, esperar, aguardar demais
Vadiar – não fazer nada
Vadio – que não trabalha
Valei-me Nossa Senhora! – clamor, pedido, susto
Vara-pau – pessoa alta
Veia – velha
Venha pra perto – convidado
Vexame – envergonhar, confusão
Vidão – rico
Vira-lata – vagabundo
Visse – viu
Vixe meu Deus! – admiração ou susto
Você é artista - sabe enganar
Vôte – espanto ou indignação
X subir
Xamego – carinho
Xarope – pessoa besta, metida
Xaropeza – muita conversa que não agrada xaveco – paquera
Xepa – final de feira
Xilique – passar mal, deixar de frescura
Xô boi – alpercata de couro cru
Xoxota – púbis
Z subir
Zarolho – olhos trocados, vesgo
Zaspe! – saia fora!
Zoios – olhos
Zuada – barulho
Zuvido - ouvido
Fonte: Site Prefeitura de Paulo Afonso-BA
Abestalhado – bobo, atrapalhado, confuso
Abilolado – besta
Abra o olho! – ficar esperto
Abiscoitado – atrapalhado, bobo
Acabrunhado – envergonhado
Acunha – vá em frente, faça
Adjunto adjuntório – muita gente
Adonde – a onde
Agora é! Agora foi! Agora seja, pra dá uma dor! Agora tenha! Agora vá! – Algo que não é para ser, discordância de algo
Aquidá – taxo
Ai meu Deus! – Usa-se em uma conversa difícil de entender
Ai veio! – Espécie de comprimento entre os jovens
Ajuntamento – muita gente
Amancebada – viver juntos, sem casar
Amuado – entristecido, esconder-se
Anágua – saiote de baixo, combinação
Angu de caroço – deu confusão, atrapalhou tudo
Antô – então
Aparelho – sanitário
Apariada- fazendo parceria, formando par
Apetrecho – coisas relacionadas
Apalermado – palerma
Aprochegue – venha pra perto
Areia de cemitério – pessoa que namora todo mundo
Apois – então
Arrilique – coisa rara
Ariar panela – limpar, lavar
Aribé – bacia de barro
Arre égua! – espanto, surpresa
Arrepare – quando se pede para cuidar de algo ou prestar atenção
Arretado – bem legal
Arripunância – entojo
Arriado – mole, imobilizado
Arriar – adoeceu
Arriba daqui ! – saia logo!
Arupemba – peneira feita de cipó
Atrepado – em cima de algo
Ave maria! – Espanto, admiração, medo ou alegria
Azedo – surpreender com o temperamento bravo
B subir
Baba-ovo – puxa saco, gosta de viver na cola de pessoas poderosas
Bagaceira – bagunça
Baita de língua – falador
Baldo – balde
Bambambam – inteligente
Banda vuou – pessoa largada, vai com todo mundo
Bafo de onça – alcoolizado
Baleado – doente, cansado
Banana- sem coragem
Bassora – vassoura
Brega – sem estilo, feio
Biata – ponta de cigarro
Bicho besta – pessoa ingênua
Biela – aperriado, sem dinheiro, desligar o carro descer a ladeira
Birra – manha
Biruta – aéreo, besta, doido
Bitoca – beijinho
Bixiga lixa- xingamento
Bixiguento – xingamento
Boba serena – xingamento
Boca de caçapa – falador demais
Boca mole – sem confiança
Boca murcha – sem opinião, sem apoio moral
Boca suja – que diz muito palavrão
Bocão – falador
Bocó – matuto, acanhado
Bolo de banha – gordo
Bora! – ir com alguém
Borocochó – desaminado
Bota pra quebrar – vai com tudo pra cima de, virar-se de
Botar uma pedra na boca – ter cuidado para não seperder
Boto a boca no mundo – falou tudo que sabia
Brabo – violento
Brenha – lugar distante, ou esquisito
Brobutão – alvoroço
Brocha – mole, viado
Broco – pessoa sem entendimento das coisas
Brotão – muita gente
Bulir – mexer, bagunçar, tirar do lugar
Burraldo – burro, não aprende
C subir
Cabelo de bucha – cabelo crespo
Cabra frouxo – sem coragem
Cabra safado – homem sem vergonha, atrevido
Cabreiro – desconfiado
Cabrunco – ta arretado, enfezado
Cabueta – pessoa que não guarda segredo, traidor
Cachete – comprimido
Cacimba – poço
Caçoar – fazer mangação
Cacunda – levar algo nos ombros
Cagou no Pau - vacilou
Cair na esparrela – ser enganado
Caiu do cavalo – foi enganado
Caiu no conte do vigário – foi enganado
Caiu no cacete – levou uma surra
Calcinha bunda rica – calça de criança cheia de babados
Califon – sutiã
Caloteira – não paga o que deve
Calunga – boneca
Cambada – muita gente
Cancela – portão
Cacete – pisa, pedaço de pau
Capiba – mulheres da vida fácil
Cara de lia – sem vergonha, lisa
Cara amassada – feia, zangada
Cara de pau – pessoa sem pudor, ta nem aí
Cara de rapariga – sem vergonha
Cara de santa puta – fingida
Cara lisa – pessoa que não tem vergonha na cara
Carinha de anjo – bonito, novo
Cardeirã – caldeirão
Carrancudo – bravo
Casa de noca – lugar bagunçado
Cascavele – cascavel
Catimbó – fazer feitiço a
Catingueto – pessoa mal cheirosa
Catota – sujeira do nariz
Catucar o cão com vara curta – provocar alguém
Cavalo – bruto
Chafurdo – barulho, desorganização
Cheio de si – convencido
Cheira-cola – menino de rua
Chorar lágrimas de sangue – arrependimento profundo
Chorar sobre o leite derramado – lamentar-se por algo que não deu certo
Chororó – choradeira
Chove não molha – não se decide
Chutar o balde – perder a calma
Cocota – roupa curta
Cocotinha – mocinha, garotinha
Coisa fofa – linda, bela
Coisa linda!!! – ironia
Combinação – roupa íntima, ou trato com alguém
Come pelas beiradas – paciente, manhoso
Come queto – pessoa que se cala
Comeu a isca – caiu na conversa
Comeu cru – ouviu desaforos
Comeu o pão que o diabo amassou – sofrer algo violento
Constipação – gripe
Coque – cabelos presos no alto da cabeça
Corpete – sutian inteiro
Costas largas – pessoa poderosa
Cotó – pequeno, curto
Creca – ferida, erupções na pele
Credo em cruz! Cruz credo! – espanto, admiração
Cri-cri – pessoa intransigente
Cuma? – o que?
Cupicha – cúmplice
Currale – curral
Cuspiu no prato que comeu – pessoa ingrata que não agradece
D subir
Dar cuns burros n’água – quando algo não dá certo
Dê corda que ele solta – conta tudo que sabe
Defrusso – pessoa doente
Deixe de firula – deixar de manha
Deixe de ser molenga – covarde
Desinfeta! – pedir a uma pessoa que se retire
Desmulhecou – virou bicha
Destrambelhado – pessoa atrapalhada
Deu luz – parir
Deu uma coça – bateu na chibata, correia
Difurso – gripe ou resfriado
Diga aí velho! – saudação, questionamento
Discansar – parir
Dixe – dizer
Dizer uma prosa – falar palavrão ou piada
Dono da rua – pessoa folgada
Dormiu seco e acordou molhado – quando pensava que nunca seria descoberto o seu mau feito
Dormiu virado pra lua – quando está zangado
Doutrina – catecismo
Duvideodó – duvidar de algo
E subir
Eita! – espanto
Ele é peixe – tem privilégio, apadrinhado de
Ele é um cagão – não tem coragem
Ele é craque – esperto, inteligente, desenrolado
Ele tem aquilo roxo – valente, machão
Embromar – enrolar na conversa
Encher lingüiça – enrolar, preencher espaço com embromação
Encrenqueira – pessoa briguenta
Enfeitada que nem navio de congresso – pessoa bem arrumada, com muitos apetrechos
Engolir sapo – agüentar desaforos
Engulho – vomitar
Enriba – em cima
Entala – entalado com comida
Entonce – então
Escabriado – acanhado
Espere deitado que em pé cansa – dizer pra não esperar
Essa conversa fedeu – passou dos limites
Eta bixinha agitada – nervosa
Está caluniando – levantar falso a outro
Está descansando – em repouso
Está em riba da cama – camado
Está mole – doente
Está quente – com febre
Está um esqueleto só – magro, doente
Está uma fera – muito zangado
Está vendo passarinho novo – está feliz
Estar com a corda no pescoço – estar com problemas finaceiros
Estar com a corda toda – estar animado, empolgado
Estica – escolhe – conversa sem fim
Estrupício – pessoa que incomoda
F subir
Faca de dois gume – enfrentar situação perigosa
Faca de dois gumes – algo duvidoso
Fala mais que homem da cobra – excesso de fala
Fala mansa – pessoa calma
Fala pelas bordas – excesso de fala
Faladeira – que fala demais
Falatório – boato
Fale logo vá! – deixar de conversa fiada, embromação
Faniquito – chilique
Fateira – conversadeira
Faxo – mato chamado faxeiro, pessoa assanhada
Fazer bonito – fazer bem, algo
Fazer fiado – afiançar em bodega
Fedor de macaco – sujeira, fedorenta
Feichadura – fechadura
Ficar de butuca – ficar de olho, atento
Ficar de coca – humilhado por alguém
Ficar de cueca – perder todos os bens
Frangote – criança
Franzino – não cresce
Friagem – tempo frio
Fritar na panela – entregar alguém
Ficar de esmola – empobrecer
Ficar de mãos abanando – ser enganado, ser deixado para trás, pobre
Ficar fugindo – esconder-se de alguém
Ficar na moita – ficar quieto, calado
Ficar na pindura – devendo no mercado
Ficar no bem bom – não fazer nada
Figuraça – bom demais, destaque
Fios – filhos
Foda – xingamento
Fogoió – pessoa de cor preta/ amarelo, sem cor definida
Fominha – pessoa fona
Frouxo – sem coragem
Fraco – pobre
Franga nova – menina assanhada
Fugir da raia – desconversar, sair da brincadeira antes de terminar
Fugurinha – pessoa inferior
Fuleiro – ir
Futricar – fofocar
G subir
Galatixa – lagartixa
Galhofa – zombar de
Galo – homem safado
Gamela – bacia de madeira
Garimpar – correr atrás
Gatinha – bonita
Gato – bonito
Gato escaldado – desconfiado, atento
Gato escaldado – estar esperto
Gavião – remendo de calça, paquerador, briguento
Gente boa – pessoa legal
Girafa – pessoa alta
Goiaba – otário
Gorducho – gordo
Gororoba – comida ruim
Gosta de fuleragem – gosta de vulgaridade
Gota-serena – xingamento
H subir
Haja conversa! – ficar de conversa
Haja fôlego! – falar muito
Haja paciência! – esperar demais
I subir
Icrizia – falso
Incarnado – vermelho, encarnado
Infeliz – pessoa mau, sem confiança
Inté – até mais
Inventar moda – inventar histórias infundadas, ter idéias
Inxirido – intrometido
Ir para o beleléu – morrer
Irimã (o) – irmã (o)
Isso é massa! – coisa legal
Isso é questão de tempo – coisa inevitável
Istombo – estômago
J subir
Jaca – sem gosto, mal arrumado, ignorante
Jacaré – falador
Jamanta – grosso, violento, gordo
Jegue – pessoa considerada sem inteligência
Jia de brejo – pessoa frienta, fria
Jogar conversa fora – bater papo, quando alguém não é compreendido
Jogar verde para colher maduro – buscar pistas
Jumento – violento
Jururu – triste, doente, calado
L subir
Ladino – ladrão
Lágrimas de crocodilo – choro falso
Lampejo – formação de idéias
Lascado – numa pior
Latrina – sanitário, boca suja
Lavou a égua – safou-se de algo, ganhou algo, ficou rico de repente
Lepe-lepe – sandália
Lero-lero – conversa mole
Ligeirinho – rápido em resolver algo
Língua afiada – fala demais, e o que não deve
Língua ferina – fala maldosamente
Lorota - mentira
Lumbriguento – sujo, xingamento, magro
Luva de pelica – fala macio
M subir
Macho- valente
Magote – muita gente junta
Mainha – mãe
Mais vale um pássaro na mão que dois voando – garantia, segurança
Mala – uma pessoa inconveniente, indigesta
Mane – pessoa boba
Mangar – rir de alguém
Mão leve – ladrão
Mão virada – homossexual
Massa – legal
Matratado – maltrato
Malencia – melancia
Me engana que eu gosto! – não convencer alguém
Metida – quer ser importante
Micha – pouco, sem graça
Minha cria – filho
Mictório – sanitário
Mangar – rir de
Minguado – pouco
Mijar fora do caco – fazer algo que não devia
Miserave – miserável
Misse – grampo de cabelo, biliro
Mocorongo – desarrumado, idiota
Moringa – jarra de água
Muié, mulé – mulher
Muiezinha, mulherzinha – chamado
Mulesta – xingamento
Muquifo – lugar pobre
Muro – quintal
Muturo – quintal
N subir
Nada e ele! É a mesma coisa – pessoa sem palavra
Nada é melhor do que ficar quieto – calado
Nada é melhor que o nosso canto – casa
Nadar em dinheiro – ganhar bem, ter boa profissão
Não comungo com isso – não concorda
Não há nada como um dia atrás do outro – ter esperança
Não dá reggae – não dá certo
Não quero ouvir um pio! Ficar calado
Não sabe da missa o terço – não conhece os fatos corretamente
Não sou sapo pra morrer pisado – não ser humilhado
Não tem papas na língua – falador
Nego preto – xingamento
Negue vá – desafiar alguém
Neguinho – carinho
Nem pense – não aceitar fazer algo
Nem te ligo – não dá bola
Ninguém é de ferro – reação, depois de muito trabalho
No tempo de rocno – antigamente
Nossa! – surpresa
Nota mil, nota dez – pessoa brilhante
Nunca, jamais! – reafirmar que não vai mais repetir
O subir
O caldo entornou! – chegou ao ponto de ser revelado
O gato comeu – deu sumiço
O rato roeu a corda – pessoa que revela o que não queria
Oitão – lados da casa
Opa! Pere aí! – esperar um pouco
Osado – atrevido
Osso duro de roer – duro na queda, resistente
Ostra – caladão
Otário – bobo, chato
Ovo virado – com raiva, chateado
Oxente – surpresa, questionar algo
Oxe! Surpresa, forma de negação
P subir
Painho – pai
Pamonha – mole, sem graça
Parangolé – conversa fiada
Parece um papangú de novena – bem enfeitada, cheia de adereços, feio
Parece um pateta – ridículo
Passadeira – diadema
Passe prus finalmente – diga logo, não enrolar
Pata choca – anda feio
Pé na tábua – ir rápido
Peça ruim – má
Pegou ar – ficou com raiva, convencido demais
Pegou no tranco – aprendeu a fazer sem ajuda
Perdeu o cabaço – perdeu a vingirdade
Peste – xingamento
Peste bubônica – xingamento
Piaba – pessoa sem importância
Piaba seca – pessoa muito magra
Pinguço – beberrão
Pinguela – ponte estreita
Piongo – triste
Piranha- mulher da vida fácil!
Pirralho – criança
Pistolão – pessoa importante da cidade
Pivete – criança
Ponche – suco
Por a mão na consciência – refletir
Pôr minhoca na cabeça – refletir sobre problemas inexistentes
Porreta – legal
Porta-seio – sutian
Premeiro – primeiro
Preta do leite – mulher conversadeira
Procurar sarna pra se coçar – procurar confusão
Prometer mundos e fundos – fazer promessas infundadas
Promode – por que, por causa
Prosiar – falar, conversar
Puara – prostituta
Pulou a cerca- trair
Puxa-encolhe – indeciso
Puxa-saco – pessoa que anda atrás de poderosos
Q subir
Qual é a graça ? – o nome da pessoa ou alguém perguntando o motivo do riso
Quando eu me arretar, sai de baixo! – indignação
Quando eu rodar a baiana você vai vê! – indignação
Quatro olhos – que usa óculos
Que cara amassada é essa ! – quando alguém parece não está bem
Que Deus lhe aumente – agradecimento
Que história é essa! Questionar algo
Quebra o galho – ajudar alguém
Queimar o dente – beber bebida alcoólica
Queixão – conversador, aproveitador, conquistador
Quem disse que você pode! Contra ordem
Quenga – prostituta, xingamento a mulher
R subir
Rabo cheio – bem alimentado, farto
Raça ruim – pessoa ruim
Raio da silibrina – xingamento
Reca de gente – multidão
Regateira – faladeira
Relampagando – relampeando
Raputenga – prostituta
Remeideira – pessoa que ensina fazer remédios, meizinha
Remelento – sujo
Risadinha besta – rir sem motivo
Roboculosa – bem feita
Rudo – incapaz
Ruge-ruge – tumulto
Rux-ruxe – tumulto
S subir
Sabugo enrolado – pessoa muito magra
Saia do meio, frente! – mandar se retirar
Salaminho – 10 kl de algum alimento
Sangue de arranha – pessoa que dá azar
Sangue de barata – indiferente, frio
Santa cruz de beira de estrada – muito enfeitada
Santinho do pau-oco – sonsa, falsa
Saúde de ferro – pessoa que nunca adoece
Se arrombou – está na pior
Se estrepou – ficou arruinado
Se vire! - faça só
Segurar vela – atrapalhar namoro
Senga – magra
Sente só! – perceber algo
Ser uma pedra no caminho – atrapalhar alguém
Será o Benedito! – será possível
Seu Zé – chamar uma pessoa que não sabe quem é
Sibite baleado – esbelta, magra
Sirrindo – rir
Só tem farofa – diz que faz e não faz
Só tem tiririca na cabeça – falar bobagem
Só tem gogó – não é de nada
Sole – sol quente
Soltar a franga – se soltar, ficar a vontade
Soltar o verbo – reclamar
Soltar os cachorros – ficar com raiva, gritar
Songa-minga – besta, bobo
Soque naquele canto – xingamento
Sou vacinado – sem medo de
Surra – pisa
T subir
Ta com o teitei! – naqueles dias, enfezado
Ta perdida – perdeu a virgindade
Ta roncando – muito apaixonado
Ta sem tino – endoidou
Ta tudo misturado – confusão
Ta viçando – apaixonado, no cio, na puberdade
Ta virado! – ta cá gota! Ta cá mulesta, etc – zangado, com raiva
Tamburete de forro – pessoa baixa, estatura
Tem angu nessa história – quando é mal contada
Tenha modos – deixa de ser mal educado
Terreiro – calçada, largo, pátio
Teve que engolir essa! – ouvir o que não queria
Tibungo – mergulho
Tição – negro
Tirar cheta – fazer gozação
Tirar o cavalo da chuva – desistir, perder as esperanças
To ligado – por atento
To na fossa – deprimido
To passo professora! – passei de ano
To travado – calar, bebeu demais
To virado – raiva
Tolé cheio – barriga cheia
Tolete – coco
Toma lá, da cá – troca, reação
Toró – muita chuva
Trabaiador – trabalhador
Tramóia – intriga
Traquina (o) – criança danada, inquieta
Trepar – subir em algo
Tribufu – pessoa gorda, feia
Tripa seca – magra
U subir
Ufa! – alivio
Urdir – tramar
Urra! – gritar
Upa! – pego de surpresa
Ué! – quando surpreendido
Usa e abusa, depois joga fora – não dá valor, namora depois abandona sem explicação
V subir
Vá pela sombra – tomar cuidado
Vá simbora – ir
Vaca – xingamento
Vaca de presépio – deixado pra trás, esperar, aguardar demais
Vadiar – não fazer nada
Vadio – que não trabalha
Valei-me Nossa Senhora! – clamor, pedido, susto
Vara-pau – pessoa alta
Veia – velha
Venha pra perto – convidado
Vexame – envergonhar, confusão
Vidão – rico
Vira-lata – vagabundo
Visse – viu
Vixe meu Deus! – admiração ou susto
Você é artista - sabe enganar
Vôte – espanto ou indignação
X subir
Xamego – carinho
Xarope – pessoa besta, metida
Xaropeza – muita conversa que não agrada xaveco – paquera
Xepa – final de feira
Xilique – passar mal, deixar de frescura
Xô boi – alpercata de couro cru
Xoxota – púbis
Z subir
Zarolho – olhos trocados, vesgo
Zaspe! – saia fora!
Zoios – olhos
Zuada – barulho
Zuvido - ouvido
Fonte: Site Prefeitura de Paulo Afonso-BA
Entrevista com Dom Adriano Vasino, Bispo de Floresta/PE
por Paulo Cesar Pontes Fraga
Bispo de uma diocese que vive as próprias preocupações em meio a miséria econômica, social e também moral. Este bate-papo está cheio de cuidados de um cura d’almas que precisa amar vitímas, os explorados, os excluídos e ainda os que se alimentam e fortalecem nos descaminhos ilícito. Ele, o bispo, tem por dever amá-los porque uns e outros estão entre o fogo cruzado do traficante, do aliciado, do repressor, de ‘trabalhadores’, de ‘políticas’, de ‘policiais’. É palavra de denúncia, de compaixão, de sonho.
TEMPO E PRESENÇA: Na Região de Floresta, qual foi o impacto da Operação Mandacaru? Chegou a reduzir a violência?
D. ADRIANO VASINO: A Operação Mandacaru, pareceu-nos centrada em Floresta, mas descobrimos que o ponto central mesmo era o município de Salgueiro e arredores. A Operação, aqui foi apenas de raspão, menos que noutros municípios mais próximos a Salgueiro. Houve por aqui certa diminuição da violência, a prisão de muitas pessoas, mas pelo que se constatou, a grande maioria – não a totalidade – são o que chamamos de “peixes pequenos”. A cadeia daqui, construída para 35 presos, chegou a receber 104 de uma vez só na época da Operação. Desses a grande maioria ligada ao narcotráfico, mas nenhum deles de porte mesmo. Eram plantadores de maconha, pequenos distribuidores. É importante a diminuição da criminalidade. A diminuição dos assaltos aconteceu foi mesmo com o acordo de paz entre os Benvindos e os Gonçalves, em outubro do ano passado. Houve uma estancada grande na violência, especialmente nas regiões Cabrobó, Belém, e outras e diminuiu praticamente o número dos assaltos. Acontecem ainda hoje, mas não são mais tão numerosos quanto antes.
TEMPO E PRESENÇA: Na sua perspectiva, como são aliciados os plantadores ou como eram aliciados?
D. ADRIANO: O sertão do Baixo Pajeú é o pior sertão de Pernambuco. Pior no sentido de que não tem terra para a cultivar, só tem os rios Pajeú e Riacho do Navio, mas que também são temporários e a caatinga aqui é bem mais rasteira do que a do Alto do Pajeú, Arari. Nesta região inóspita, com a crise na agricultura, descobrimos uma situação de pobreza e de desespero, em que é fácil encontrar mão-de-obra. O motivo é a crise do sistema de sobrevivência que o povo tinha. Outro motivo é que a juventude, graças também à baixa escolaridade e aos meios de comunicação – televisão principalmente – desperta para um mundo que não é o deles. Esses jovens se encontrando, conversando, acabam percebendo claramente que são excluídos do mundo que lhes é proposto. Muitos dizem: “Se o mundo é isso, a vida é essa, eu quero tê-la ou por bem ou por mal”. Aqui, de fato, eles estão excluídos de qualquer perspectiva de futuro. Entram no narcotráfico, mesmo com uma vida arriscada, e acabam tendo dinheiro à vontade, para experimentar gozar, do ponto de vista consumista, daquilo que é a vida que a mídia propõe.
TEMPO E PRESENÇA: Os agricultores, geralmente são cooptados no sentido de trabalharem como assalariados ou ficarem na sua própria terra... Como é aqui em Floresta?
D. ADRIANO: Tem várias formas... Às vezes as famílias são quase que coagidas. Os que estão envolvidos dizem: “Nós vamos plantar na sua terra”. As pessoas, ou se calam e aceitam para evitar por retaliações, arriscam-se a ser presos ou se expõem às retaliações dos traficantes, ou abandonam a terra Às vezes é como uma imposição. Outras vezes são os que se dispõem a aceitar para tentar melhorar um pouco o ganho. Muitas vezes são procuradas terras que são as mais ‘frias’ possíveis, não têm um dono definido, podem pertencer ao governo e não têm documentação.
TEMPO E PRESENÇA: Então, são várias as formas de acordo com maior ou menor resistência.
D. ADRIANO: Em muitos casos são oferecidas ao plantador sementes e uma soma em dinheiro para tratarem a roça. Se estabelecem laços que depois são difíceis de desfazer. É a sensação do dinheiro fácil.
TEMPO E PRESENÇA: Na sua opinião, quais são os principais agentes dessa rede que se forma?
D. ADRIANO: O ponto de partida é com certeza o fato de que há consumidores. Se não houvesse uma busca tão grande pelo alucinógeno... Por ser um mercado em expansão e expansão, dada a crise de perspectiva de valores, as pessoas ficam fragilizadas e, principalmente os jovens, buscam não somente o álcool como um caminho de fuga, mas também a droga. Claro está que temos aí toda uma faixa de pessoas inescrupulosas, com certeza têm até muitos recursos e uma certa influência do ponto de vista econômico como político o que lhes permite organizar, manter e acobertar toda uma rede que possibilita o plantio. Nesta faixa estão, com certeza, os chefões, depois os responsáveis por áreas menores. Há todo um contraste entre grupos rivais que chegam até aos ajustes de contas. Temos ainda os pequenos, que, na grande maioria, são agricultores pobres e jovens, excluídos da sociedade e se deixam envolver. Esses talvez sejam o elo menos culpado. São mais vítimas do que culpados.
TEMPO E PRESENÇA: O senhor acha que existe uma diferenciação, nos municípios nessa rede – um é mais de distribuição outro é mais de plantio?
D. ADRIANO: Fica difícil dizer, mas tradicionalmente os municípios de Belém, Cabrobó, Floresta, Carnaubeira, são mais municípios de plantio. Salgueiro, Petrolina e Petrolândia eram mais centros de distribuição. Eram. Dizer que isso se conserva mesmo, não garanto.
TEMPO E PRESENÇA: O movimento dos jovens também se dá desta forma: alguns estão no plantio, outros na distribuição? Ou existe alguma atividade em que o jovem é mais presente?
D. ADRIANO: Não sei dizer. De fato a grande maioria dos que estão presos, são jovens. Também, a grande maioria dos que se envolvem em atos de crime, são jovens. Por isso é difícil dizer. Quem aparece mais, com certeza é a juventude. São a “bucha de canhão”. Os que têm mais idade, têm mais experiência e em vez de se exporem, sabem como não se expor, colocam outras pessoas para fazer o trabalho mais arriscado. Os jovens, por falta de experiência e pela “imprudência” da juventude, acabam sendo usados.
TEMPO E PRESENÇA: Como é que os funcionários, das áreas de saúde, educação, de segurança pública trabalham a questão com os jovens? Existe um trabalho preventivo?
D. ADRIANO: Depende muito de época, dos comandantes, do lugar onde atuam. Há muitas variantes. O que se percebe é que eles atuam mais na “prendeção” do que na prevenção. A tarefa da polícia deveria ser esta também. A prevenção serve na medida em que há uma presença ostensiva de policiais fazendo revista e ronda, isso serve também como prevenção, mas quanto ao trabalho de educação, houve e há algumas pessoas da polícia civil e também da polícia militar que se preocupam com isso. Eles porém, não têm nem tempo, nem força, nem recursos humanos para tanto. No entanto há sempre alguma pessoa de boa vontade que se dispõe a trabalhar nesse sentido. Quanto à ação oficial, depende muito dos lugares e de quem comanda no momento a área em que a população é potencialmente considerada toda como envolvida na maconha. Muitas vezes agem com brutalidade. Nós temos notícia de intervenções da brutalidade policial. Algumas não foram ainda comprovadas. Tem áreas em que o pessoal tem medo, desconfia da polícia tanto quanto dos maconheiros. Infelizmente. São as áreas consideradas de maior presença do tráfico, em que não se pode tratar todo mundo como maconheiro. Muitos não falam para preservar a própria segurança antes que por má vontade ou porque têm lucro no negócio. Não tendo um amparo suficiente, a maioria das pessoas prefere calar-se e não se expor. Isso depende muito dos comandantes também. Há comandantes que são mais humanos e podem ter atitudes mais respeitosas. Entra aí o problema da formação e da remuneração da polícia. O policial vem para esta área é considerada de risco, percebendo um salário é um tanto baixo, sem o instrumental necessário, faz o quê? Vai recorrer a métodos mais “eficazes” ou mais rápidos para... Disso resulta mais ódio e mais revolta.
TEMPO E PRESENÇA: E a Igreja? Qual tem sido o papel da Igreja?
D. ADRIANO: O papel da Igreja tentar formar o jovem dentro da filosofia de vida cristã, que prevê o respeito à vida. Não pode apoiar qualquer coisa que atente contra o desenvolvimento e o crescimento da vida. E a droga é um atentado à vida. Na catequese mesmo há esse esforço. Há também um trabalho, principalmente aqui em Floresta (pretendemos espalhá-lo pela Diocese), envolvendo as escolas públicas, de educação para a paz tentando trabalhar o tema da violência, sob todas as formas. A droga entra como um tema transversal, conforme a reforma que houve na escola brasileira. É interessante, pois está produzindo alguma perspectiva, de uma esperança. No momento, com a campanha da fraternidade, muitas escolas têm recebido um apelo específico para trabalhar o assunto da droga, tentar esclarecer os efeitos, por que acontece e alertar os jovens. Não terminou com o fim da campanha, mas continua. Outra tentativa é apoiar tudo o que vem a calhar para o desenvolvimento da região que esteja sustentado, respeitando os moradores e suas necessidades. Tentamos apoiar, incentivar e ajudar um crescimento da região que seja sadio.
TEMPO E PRESENÇA: Existiu nesse período conflito entre os que plantavam e os que não plantavam?
D. ADRIANO: Eu não tenho notícia de conflitos abertos entre plantadores e não plantadores. É claro que atritos existem até nas famílias. Um filho entra na plantação da maconha e os pais se manifestam, ou conflitos de terras de famílias, isso houve e muito. Mas um conflito aberto, o posicionamento de um grupo social aberto contra ou de rejeição, não tenho informação. Agora, conflitos na base da família houve muitos.
TEMPO E PRESENÇA: Esses conflitos seriam entre jovens envolvidos e os pais que contrários? De um modo geral o plantador, os agricultores é rejeitam esse tipo de negócio.
D. ADRIANO: Sim. A grande maioria não adere, porém se cala. Mesmo sabendo, não querem ter nada a ver com o negócio, mas se sabem de alguma coisa, se calam.
TEMPO E PRESENÇA: É a “lei do silêncio”...
D. ADRIANO: É a “lei da sobrevivência”. Não tem nenhuma garantia de escapar com vida uma pessoa que se dispõe a denunciar nomes e lugares. Nosso sistema de segurança não dá essas condições.
TEMPO E PRESENÇA: E no comércio, o senhor percebe que houve um impacto negativo?
D. ADRIANO: Floresta já tem um comércio tão minguado que é difícil perceber impactos. Já houve uma retração do comércio aqui anos atrás, com a concentração na mão de poucas pessoas. Eu diria que, infelizmente, a cidade de Floresta perdeu quase que por completo a possibilidade de ser um centro aglutinador. Toda a nossa região tem essa característica curiosa, mas que cria muita dificuldade para o trabalho pastoral, pois o centro da diocese que é aqui, não é o centro de referência para os municípios. A própria Floresta que é ponto de referência para quase tudo, tem municípios que estão fora dos confins da diocese. Só para saber: Jatobá e Petrolândia são áreas sul e o ponto referência delas é Paulo Afonso, que está mais perto; Cabrobó e Belém têm Salgueiro que para Cabrobó mais perto do que Alta Floresta; Orocó, Petrolina e Carnaubeira da Penha, um município no interior, e Floresta referenciam-se a Serra Talhada; Custódia e Betânia (de Serra Talhada), Arcoverde e Ibimirim, Manari e Irajá têm ponto de referência com Arcoverde. A cidade de Floresta não agrega nada, é tudo para fora. E todas essas cidades como Arcoverde, Serra, Salgueiro e Paulo Afonso, estão fora dos limites da diocese. Acho que o que tinha que encolher já encolheu. O comércio daqui não tem mais uma expressão regional. Muitas vezes a referência é Salgueiro, Cabrobó por causa da cebola e dos projetos de irrigação de Pedra Branca. Com certeza Belém e Cabrobó estão conhecendo uma retração visível no comércio.
TEMPO E PRESENÇA: E o papel da Prefeitura, os programas para jovens, não só na área do Polígono, mas em outras também; o poder público em geral...
D. ADRIANO: O poder público aqui se vê às voltas com a gestão de um território amplo, questão agravada ainda mais pelos problemas da seca e a distribuição de água. A rede escolar, apenas na área rural, tem 74 grupos escolares, só no município de Floresta. Tem ainda os problemas de uma população, na sua maioria pobre ou miserável, que vive tentando qualquer recurso. Pensar que uma prefeitura acossada desse jeito possa ter planos, só se houver uma mudança radical, não da gestão, mas também da mentalidade do povo, que fosse mais participativo e que tivesse mais condições também de participar, planejar e executar. É um conjunto de coisas que não ajuda a prefeitura e as prefeituras a desenvolverem o seu papel. Algumas fazem o que podem, se esforçam; outras, infelizmente continuam com uma estrutura bastante tradicional, de um poder controlado por poucos na tentativa de tirar o máximo proveito de alguns municípios. Não percebo, planos bem claros e definidos de ação. O único município que teve uma atividade nesse sentido, o que chegou ao meu conhecimento, foi Cabrobó, que realizou um Fórum contra a Violência promovido pela prefeitura. Os jovens participaram de uma forma efetiva e a prefeitura está envolvida nesse projeto de Cultura de Paz, aqui; apóia e ajuda.
TEMPO E PRESENÇA: Então há algumas iniciativas de fato no sentido de promover atividades ou participar delas. A gente observa que geralmente a violência se surge onde já existem outras violências e desigualdades. No caso desta região, sabe-se que há toda uma violência antiga, de brigas de famílias, dos coronéis e da própria vida do povo. O poder público sempre foi descuidado no tratamento das questão da seca e da sobrevivência dos agricultores. O senhor acha que esse quadro tem sido fundamental para disseminar mais violência?
D. ADRIANO: Com certeza. Por isso encaminhamos um projeto de educação para a Cultura de Paz. Trata-se de mudar mesmo a postura intelectual, emocional das pessoas. Há em nossa região uma cultura da violência e, como você assinalou, a região (norte da Bahia e a região de Pernambuco) já foi palco no fim do século passado, da presença de coronéis. Depois, essa região de sertão mais pobre e menos habitada também, foi o lugar mais fácil para os fora-da-lei se esconderem. A falta de uma lei que de fato punisse os desmandos, os crimes, em vista da presença muito pequena de homens da lei; uma independência das elites locais que usavam as forças da polícia de forma incorreta; fizeram com que surgisse aqui o “cangaceirismo”. Lampião é daqui de Floresta. O que se conta é que Lampião entrou no cangaço porque a família dele sofreu uma injustiça que não foi reparada pela lei. Vendo-se injustiçado foi buscar outra maneira de fazer justiça. Desse fato da ausência de uma organização legal, de uma sociedade dentro da lei, que respeitasse os direitos das pessoas, nasce a tentativa de buscar resolver as pendências com as próprias mãos. Isso não é de agora. Havendo tal predisposição, toda essa história, claro é mais fácil que as pessoas vão reproduzindo desse jeito, de não levar desaforo para casa. Quando alguém se sente agredido ou diminuído na sua honra, pensa logo no revide violento. Faz parte mesmo dessa cultura. Há lugares que são paupérrimos, mas não são violentos. Aqui há a pobreza e, ao mesmo tempo, toda essa violência.
Fonte: http://www.koinonia.org.br
Link: http://www.koinonia.org.br/narco/entrevistas01.htm
por Paulo Cesar Pontes Fraga
Bispo de uma diocese que vive as próprias preocupações em meio a miséria econômica, social e também moral. Este bate-papo está cheio de cuidados de um cura d’almas que precisa amar vitímas, os explorados, os excluídos e ainda os que se alimentam e fortalecem nos descaminhos ilícito. Ele, o bispo, tem por dever amá-los porque uns e outros estão entre o fogo cruzado do traficante, do aliciado, do repressor, de ‘trabalhadores’, de ‘políticas’, de ‘policiais’. É palavra de denúncia, de compaixão, de sonho.
TEMPO E PRESENÇA: Na Região de Floresta, qual foi o impacto da Operação Mandacaru? Chegou a reduzir a violência?
D. ADRIANO VASINO: A Operação Mandacaru, pareceu-nos centrada em Floresta, mas descobrimos que o ponto central mesmo era o município de Salgueiro e arredores. A Operação, aqui foi apenas de raspão, menos que noutros municípios mais próximos a Salgueiro. Houve por aqui certa diminuição da violência, a prisão de muitas pessoas, mas pelo que se constatou, a grande maioria – não a totalidade – são o que chamamos de “peixes pequenos”. A cadeia daqui, construída para 35 presos, chegou a receber 104 de uma vez só na época da Operação. Desses a grande maioria ligada ao narcotráfico, mas nenhum deles de porte mesmo. Eram plantadores de maconha, pequenos distribuidores. É importante a diminuição da criminalidade. A diminuição dos assaltos aconteceu foi mesmo com o acordo de paz entre os Benvindos e os Gonçalves, em outubro do ano passado. Houve uma estancada grande na violência, especialmente nas regiões Cabrobó, Belém, e outras e diminuiu praticamente o número dos assaltos. Acontecem ainda hoje, mas não são mais tão numerosos quanto antes.
TEMPO E PRESENÇA: Na sua perspectiva, como são aliciados os plantadores ou como eram aliciados?
D. ADRIANO: O sertão do Baixo Pajeú é o pior sertão de Pernambuco. Pior no sentido de que não tem terra para a cultivar, só tem os rios Pajeú e Riacho do Navio, mas que também são temporários e a caatinga aqui é bem mais rasteira do que a do Alto do Pajeú, Arari. Nesta região inóspita, com a crise na agricultura, descobrimos uma situação de pobreza e de desespero, em que é fácil encontrar mão-de-obra. O motivo é a crise do sistema de sobrevivência que o povo tinha. Outro motivo é que a juventude, graças também à baixa escolaridade e aos meios de comunicação – televisão principalmente – desperta para um mundo que não é o deles. Esses jovens se encontrando, conversando, acabam percebendo claramente que são excluídos do mundo que lhes é proposto. Muitos dizem: “Se o mundo é isso, a vida é essa, eu quero tê-la ou por bem ou por mal”. Aqui, de fato, eles estão excluídos de qualquer perspectiva de futuro. Entram no narcotráfico, mesmo com uma vida arriscada, e acabam tendo dinheiro à vontade, para experimentar gozar, do ponto de vista consumista, daquilo que é a vida que a mídia propõe.
TEMPO E PRESENÇA: Os agricultores, geralmente são cooptados no sentido de trabalharem como assalariados ou ficarem na sua própria terra... Como é aqui em Floresta?
D. ADRIANO: Tem várias formas... Às vezes as famílias são quase que coagidas. Os que estão envolvidos dizem: “Nós vamos plantar na sua terra”. As pessoas, ou se calam e aceitam para evitar por retaliações, arriscam-se a ser presos ou se expõem às retaliações dos traficantes, ou abandonam a terra Às vezes é como uma imposição. Outras vezes são os que se dispõem a aceitar para tentar melhorar um pouco o ganho. Muitas vezes são procuradas terras que são as mais ‘frias’ possíveis, não têm um dono definido, podem pertencer ao governo e não têm documentação.
TEMPO E PRESENÇA: Então, são várias as formas de acordo com maior ou menor resistência.
D. ADRIANO: Em muitos casos são oferecidas ao plantador sementes e uma soma em dinheiro para tratarem a roça. Se estabelecem laços que depois são difíceis de desfazer. É a sensação do dinheiro fácil.
TEMPO E PRESENÇA: Na sua opinião, quais são os principais agentes dessa rede que se forma?
D. ADRIANO: O ponto de partida é com certeza o fato de que há consumidores. Se não houvesse uma busca tão grande pelo alucinógeno... Por ser um mercado em expansão e expansão, dada a crise de perspectiva de valores, as pessoas ficam fragilizadas e, principalmente os jovens, buscam não somente o álcool como um caminho de fuga, mas também a droga. Claro está que temos aí toda uma faixa de pessoas inescrupulosas, com certeza têm até muitos recursos e uma certa influência do ponto de vista econômico como político o que lhes permite organizar, manter e acobertar toda uma rede que possibilita o plantio. Nesta faixa estão, com certeza, os chefões, depois os responsáveis por áreas menores. Há todo um contraste entre grupos rivais que chegam até aos ajustes de contas. Temos ainda os pequenos, que, na grande maioria, são agricultores pobres e jovens, excluídos da sociedade e se deixam envolver. Esses talvez sejam o elo menos culpado. São mais vítimas do que culpados.
TEMPO E PRESENÇA: O senhor acha que existe uma diferenciação, nos municípios nessa rede – um é mais de distribuição outro é mais de plantio?
D. ADRIANO: Fica difícil dizer, mas tradicionalmente os municípios de Belém, Cabrobó, Floresta, Carnaubeira, são mais municípios de plantio. Salgueiro, Petrolina e Petrolândia eram mais centros de distribuição. Eram. Dizer que isso se conserva mesmo, não garanto.
TEMPO E PRESENÇA: O movimento dos jovens também se dá desta forma: alguns estão no plantio, outros na distribuição? Ou existe alguma atividade em que o jovem é mais presente?
D. ADRIANO: Não sei dizer. De fato a grande maioria dos que estão presos, são jovens. Também, a grande maioria dos que se envolvem em atos de crime, são jovens. Por isso é difícil dizer. Quem aparece mais, com certeza é a juventude. São a “bucha de canhão”. Os que têm mais idade, têm mais experiência e em vez de se exporem, sabem como não se expor, colocam outras pessoas para fazer o trabalho mais arriscado. Os jovens, por falta de experiência e pela “imprudência” da juventude, acabam sendo usados.
TEMPO E PRESENÇA: Como é que os funcionários, das áreas de saúde, educação, de segurança pública trabalham a questão com os jovens? Existe um trabalho preventivo?
D. ADRIANO: Depende muito de época, dos comandantes, do lugar onde atuam. Há muitas variantes. O que se percebe é que eles atuam mais na “prendeção” do que na prevenção. A tarefa da polícia deveria ser esta também. A prevenção serve na medida em que há uma presença ostensiva de policiais fazendo revista e ronda, isso serve também como prevenção, mas quanto ao trabalho de educação, houve e há algumas pessoas da polícia civil e também da polícia militar que se preocupam com isso. Eles porém, não têm nem tempo, nem força, nem recursos humanos para tanto. No entanto há sempre alguma pessoa de boa vontade que se dispõe a trabalhar nesse sentido. Quanto à ação oficial, depende muito dos lugares e de quem comanda no momento a área em que a população é potencialmente considerada toda como envolvida na maconha. Muitas vezes agem com brutalidade. Nós temos notícia de intervenções da brutalidade policial. Algumas não foram ainda comprovadas. Tem áreas em que o pessoal tem medo, desconfia da polícia tanto quanto dos maconheiros. Infelizmente. São as áreas consideradas de maior presença do tráfico, em que não se pode tratar todo mundo como maconheiro. Muitos não falam para preservar a própria segurança antes que por má vontade ou porque têm lucro no negócio. Não tendo um amparo suficiente, a maioria das pessoas prefere calar-se e não se expor. Isso depende muito dos comandantes também. Há comandantes que são mais humanos e podem ter atitudes mais respeitosas. Entra aí o problema da formação e da remuneração da polícia. O policial vem para esta área é considerada de risco, percebendo um salário é um tanto baixo, sem o instrumental necessário, faz o quê? Vai recorrer a métodos mais “eficazes” ou mais rápidos para... Disso resulta mais ódio e mais revolta.
TEMPO E PRESENÇA: E a Igreja? Qual tem sido o papel da Igreja?
D. ADRIANO: O papel da Igreja tentar formar o jovem dentro da filosofia de vida cristã, que prevê o respeito à vida. Não pode apoiar qualquer coisa que atente contra o desenvolvimento e o crescimento da vida. E a droga é um atentado à vida. Na catequese mesmo há esse esforço. Há também um trabalho, principalmente aqui em Floresta (pretendemos espalhá-lo pela Diocese), envolvendo as escolas públicas, de educação para a paz tentando trabalhar o tema da violência, sob todas as formas. A droga entra como um tema transversal, conforme a reforma que houve na escola brasileira. É interessante, pois está produzindo alguma perspectiva, de uma esperança. No momento, com a campanha da fraternidade, muitas escolas têm recebido um apelo específico para trabalhar o assunto da droga, tentar esclarecer os efeitos, por que acontece e alertar os jovens. Não terminou com o fim da campanha, mas continua. Outra tentativa é apoiar tudo o que vem a calhar para o desenvolvimento da região que esteja sustentado, respeitando os moradores e suas necessidades. Tentamos apoiar, incentivar e ajudar um crescimento da região que seja sadio.
TEMPO E PRESENÇA: Existiu nesse período conflito entre os que plantavam e os que não plantavam?
D. ADRIANO: Eu não tenho notícia de conflitos abertos entre plantadores e não plantadores. É claro que atritos existem até nas famílias. Um filho entra na plantação da maconha e os pais se manifestam, ou conflitos de terras de famílias, isso houve e muito. Mas um conflito aberto, o posicionamento de um grupo social aberto contra ou de rejeição, não tenho informação. Agora, conflitos na base da família houve muitos.
TEMPO E PRESENÇA: Esses conflitos seriam entre jovens envolvidos e os pais que contrários? De um modo geral o plantador, os agricultores é rejeitam esse tipo de negócio.
D. ADRIANO: Sim. A grande maioria não adere, porém se cala. Mesmo sabendo, não querem ter nada a ver com o negócio, mas se sabem de alguma coisa, se calam.
TEMPO E PRESENÇA: É a “lei do silêncio”...
D. ADRIANO: É a “lei da sobrevivência”. Não tem nenhuma garantia de escapar com vida uma pessoa que se dispõe a denunciar nomes e lugares. Nosso sistema de segurança não dá essas condições.
TEMPO E PRESENÇA: E no comércio, o senhor percebe que houve um impacto negativo?
D. ADRIANO: Floresta já tem um comércio tão minguado que é difícil perceber impactos. Já houve uma retração do comércio aqui anos atrás, com a concentração na mão de poucas pessoas. Eu diria que, infelizmente, a cidade de Floresta perdeu quase que por completo a possibilidade de ser um centro aglutinador. Toda a nossa região tem essa característica curiosa, mas que cria muita dificuldade para o trabalho pastoral, pois o centro da diocese que é aqui, não é o centro de referência para os municípios. A própria Floresta que é ponto de referência para quase tudo, tem municípios que estão fora dos confins da diocese. Só para saber: Jatobá e Petrolândia são áreas sul e o ponto referência delas é Paulo Afonso, que está mais perto; Cabrobó e Belém têm Salgueiro que para Cabrobó mais perto do que Alta Floresta; Orocó, Petrolina e Carnaubeira da Penha, um município no interior, e Floresta referenciam-se a Serra Talhada; Custódia e Betânia (de Serra Talhada), Arcoverde e Ibimirim, Manari e Irajá têm ponto de referência com Arcoverde. A cidade de Floresta não agrega nada, é tudo para fora. E todas essas cidades como Arcoverde, Serra, Salgueiro e Paulo Afonso, estão fora dos limites da diocese. Acho que o que tinha que encolher já encolheu. O comércio daqui não tem mais uma expressão regional. Muitas vezes a referência é Salgueiro, Cabrobó por causa da cebola e dos projetos de irrigação de Pedra Branca. Com certeza Belém e Cabrobó estão conhecendo uma retração visível no comércio.
TEMPO E PRESENÇA: E o papel da Prefeitura, os programas para jovens, não só na área do Polígono, mas em outras também; o poder público em geral...
D. ADRIANO: O poder público aqui se vê às voltas com a gestão de um território amplo, questão agravada ainda mais pelos problemas da seca e a distribuição de água. A rede escolar, apenas na área rural, tem 74 grupos escolares, só no município de Floresta. Tem ainda os problemas de uma população, na sua maioria pobre ou miserável, que vive tentando qualquer recurso. Pensar que uma prefeitura acossada desse jeito possa ter planos, só se houver uma mudança radical, não da gestão, mas também da mentalidade do povo, que fosse mais participativo e que tivesse mais condições também de participar, planejar e executar. É um conjunto de coisas que não ajuda a prefeitura e as prefeituras a desenvolverem o seu papel. Algumas fazem o que podem, se esforçam; outras, infelizmente continuam com uma estrutura bastante tradicional, de um poder controlado por poucos na tentativa de tirar o máximo proveito de alguns municípios. Não percebo, planos bem claros e definidos de ação. O único município que teve uma atividade nesse sentido, o que chegou ao meu conhecimento, foi Cabrobó, que realizou um Fórum contra a Violência promovido pela prefeitura. Os jovens participaram de uma forma efetiva e a prefeitura está envolvida nesse projeto de Cultura de Paz, aqui; apóia e ajuda.
TEMPO E PRESENÇA: Então há algumas iniciativas de fato no sentido de promover atividades ou participar delas. A gente observa que geralmente a violência se surge onde já existem outras violências e desigualdades. No caso desta região, sabe-se que há toda uma violência antiga, de brigas de famílias, dos coronéis e da própria vida do povo. O poder público sempre foi descuidado no tratamento das questão da seca e da sobrevivência dos agricultores. O senhor acha que esse quadro tem sido fundamental para disseminar mais violência?
D. ADRIANO: Com certeza. Por isso encaminhamos um projeto de educação para a Cultura de Paz. Trata-se de mudar mesmo a postura intelectual, emocional das pessoas. Há em nossa região uma cultura da violência e, como você assinalou, a região (norte da Bahia e a região de Pernambuco) já foi palco no fim do século passado, da presença de coronéis. Depois, essa região de sertão mais pobre e menos habitada também, foi o lugar mais fácil para os fora-da-lei se esconderem. A falta de uma lei que de fato punisse os desmandos, os crimes, em vista da presença muito pequena de homens da lei; uma independência das elites locais que usavam as forças da polícia de forma incorreta; fizeram com que surgisse aqui o “cangaceirismo”. Lampião é daqui de Floresta. O que se conta é que Lampião entrou no cangaço porque a família dele sofreu uma injustiça que não foi reparada pela lei. Vendo-se injustiçado foi buscar outra maneira de fazer justiça. Desse fato da ausência de uma organização legal, de uma sociedade dentro da lei, que respeitasse os direitos das pessoas, nasce a tentativa de buscar resolver as pendências com as próprias mãos. Isso não é de agora. Havendo tal predisposição, toda essa história, claro é mais fácil que as pessoas vão reproduzindo desse jeito, de não levar desaforo para casa. Quando alguém se sente agredido ou diminuído na sua honra, pensa logo no revide violento. Faz parte mesmo dessa cultura. Há lugares que são paupérrimos, mas não são violentos. Aqui há a pobreza e, ao mesmo tempo, toda essa violência.
Fonte: http://www.koinonia.org.br
Link: http://www.koinonia.org.br/narco/entrevistas01.htm
sábado, 26 de julho de 2008
LISTA DAS AVES DA RESERVA BIOLÓGICA DE SERRA NEGRA - FLORESTA - PE (LISTA PRELIMINAR)
LISTA DAS AVES DA RESERVA BIOLÓGICA DE SERRA NEGRA - FLORESTA - PE (LISTA PRELIMINAR)
· Artur Galileu de Miranda Coelho (1987)
Crypturellus tataupa - Nhambu-de-pé-roxo
Coragyps atratus - Urubu
Cathartes aura - Urubu-de-cabeça-vermelha
Elanus leucurus - Gavião-peneira
Accipiter bicolor - Gavião-bombacha
Buteo magnirostris - Gavião-carijó
Chondrohierax uncinatus - Gavião-caracoleiro
Herpetotheres cachinnans - Acauã
Micrastur ruficollis - Gavião-caburé
Penelope jacucaca - Jacu
Cariama cristata - Seriema
Zenaida auriculata - Arribaçã
Columbina talpacoti - Rolinha-caldo-de-feijão
Scardafella squammata - Rolinha-fogo-pagô
Leptotila verreauxi - Juriti
Pyrrhura leucotis -
Aratinga cactorum - Jandaia-gangarra
Aratinga acuticaudata -
Forpus xanthopterygius - Tuim
Amazona aestiva - Papagaio-verdadeiro
Ara maracana - Maracanã
Piaya cayana - Alma-de-gato
Crotophaga ani - Anu-preto
Tapera naevia - Peitica
Otus choliba - Corujinha-do-mato
Caprimulgus rufus - João-corta-pau
Chaetura andrei (meridionalis) - Andorinhão
Phaethornis ruber - Beija-flor-besourinho
Eupetomena macroura - Beija-flor-rabo-de-tesoura
Chlorostilbon aureoventris - Beija-flor-bezourinho-de-bico-vermelho
Amazilia fimbriata - Beija-flor-de-garganta-verde
Heliomaster squamosus - Bico-reto-cinzento
Trogon curucui - Surucuá-de-coroa-azul
Nystalus maculatus - Dorminhoco
Veniliornis passerinus - Pica-pau-pequeno
Picumnus limae (fulvescens) - Pica-pau-anão-de-pernambuco
Dendrocolaptes platyrostris - Arapaçu
Campylorhanphus trochilirostris - Arapaçu-de-bico-vermelho-torto
Xiphorhinchus picus - Arapaçu-de-bico-branco
Sittasomus griseicapillus - Arapaçu-verde
Lepidocolaptes angustirostris - Arapaçu-do-cerrado
Synallaxis frontalis - Dia-trinta
Phacellodomus rufifrons - Ferreiro
Poecilurus scutatus - Estrelinha-preta
Cranioleuca semicinerea - Arredio-de-cabeça-cinza
Gyalophylax hellmary - João-chique-chique
Megaxenops parnaguae - Bico-virado-da-caatinga
Certhiaxis cinnamomea - Casaca-de-couro
Hylopezus ochroleucus - Pinto-do-mato
Myrmorchilus strigilatus - Piu-piu
Thamnophilus doliatus - Choca-barrada
Thamnophilus punctatus (pelzelni) - Choca-barrada
Sakesphorus cristatus - Choca-do-nordeste
Taraba major - Choró-boi
Herpsilochmus pileatus - Chororozinho-de-chapéu-preto
Xolmis irupero - Noivinha-branca
Fluvicula nengeta - Lavandeira
Tyrannus melancholicus - Suiriri
Todirostrum cinereum - Reloginho
Pitangus (Philohydor) lictor - Bem-te-vizinho-brejo
Phaeomyias murina - Bagageiro
Myiarchus tyrannulus - Mané-besta
Myiodynastes maculatus - Bem-te-vi-rajado
Hemitriccus margaritaceiventer - Sebinho-olho-de-ouro
Megarhynchus pitangua - Bem-te-vi-de-bico-chato
Myiophobus fasciatus - Felipe
Hirundinea ferruginea - Gibão-de-couro
Elaenia spectabilis - Guaracava-grande
Elaenia mesoleuca - Tuque
Euscarthmus meloryphus - Barulhento
Cnemotriccus fuscatus - Guaracavuçu
Casionis fusca - Caneleiro
Empidonomus varius - Peitica
Progne chalybea - Andorinha-doméstica-grande
Cyanocorax cyanopogon - Cancão
Troglodytes aedon (musculus) - Rouxinol
Thryothorus longirostris - Garrinchão-de-bico-longo
Mimus saturninus - Sabiá-do-campo
Turdus amaurochalinus - Sabiá-bico-de-osso
Polioptila plumbea - Rabo-mole
Vireo chivi (olivaceus) - Juruviara
Hylophilus poicilotis (amaurocephalus) - Verdinho-coroado
Cyclarhis gujanensis - Pitiguari
Icterus cayanensis - Encontro-de-ouro
Icterus icterus (jamacaii) - Concriz
Basileuterus flaveolus - Canário-do-mato
Parula pitiayumi - Mariquita
Coereba flaveola - Sebito
Thraupis sayaca - Sanhaçu-de-bananeira
Tabgara cayana - Frei-vicente
Tachyphonus rufus - Encontro-de-prata
Euphonia violacea - Guriatã
Euphonia chlorotica - Vem-vem
Thlypopsis sordida - Canário-de-folha
Sericossypha (Compsothraupis) loricata - Carretão
Cyanocompsa (Passerina) brisonii - Azulão
Paroaria dominicana - Galo-de-campina
Sicalis flaveola - Canário
Coryphospingus pileatus - Maria-fita
Arremon taciturnus - Tico-tico-da-mata
Zonotrichia capensis - Tico-tico
Sporophila nigricollis - Papa-capim
Volatinia jacarina - Tiziu
Saltator similis - Sobrencelha
Carduelis yarellii - Pintassilva
Fonte: OAP - Observadores de Aves de Pernambuco
Link: www.oap.org.br/listaSerra.htm
· Artur Galileu de Miranda Coelho (1987)
Crypturellus tataupa - Nhambu-de-pé-roxo
Coragyps atratus - Urubu
Cathartes aura - Urubu-de-cabeça-vermelha
Elanus leucurus - Gavião-peneira
Accipiter bicolor - Gavião-bombacha
Buteo magnirostris - Gavião-carijó
Chondrohierax uncinatus - Gavião-caracoleiro
Herpetotheres cachinnans - Acauã
Micrastur ruficollis - Gavião-caburé
Penelope jacucaca - Jacu
Cariama cristata - Seriema
Zenaida auriculata - Arribaçã
Columbina talpacoti - Rolinha-caldo-de-feijão
Scardafella squammata - Rolinha-fogo-pagô
Leptotila verreauxi - Juriti
Pyrrhura leucotis -
Aratinga cactorum - Jandaia-gangarra
Aratinga acuticaudata -
Forpus xanthopterygius - Tuim
Amazona aestiva - Papagaio-verdadeiro
Ara maracana - Maracanã
Piaya cayana - Alma-de-gato
Crotophaga ani - Anu-preto
Tapera naevia - Peitica
Otus choliba - Corujinha-do-mato
Caprimulgus rufus - João-corta-pau
Chaetura andrei (meridionalis) - Andorinhão
Phaethornis ruber - Beija-flor-besourinho
Eupetomena macroura - Beija-flor-rabo-de-tesoura
Chlorostilbon aureoventris - Beija-flor-bezourinho-de-bico-vermelho
Amazilia fimbriata - Beija-flor-de-garganta-verde
Heliomaster squamosus - Bico-reto-cinzento
Trogon curucui - Surucuá-de-coroa-azul
Nystalus maculatus - Dorminhoco
Veniliornis passerinus - Pica-pau-pequeno
Picumnus limae (fulvescens) - Pica-pau-anão-de-pernambuco
Dendrocolaptes platyrostris - Arapaçu
Campylorhanphus trochilirostris - Arapaçu-de-bico-vermelho-torto
Xiphorhinchus picus - Arapaçu-de-bico-branco
Sittasomus griseicapillus - Arapaçu-verde
Lepidocolaptes angustirostris - Arapaçu-do-cerrado
Synallaxis frontalis - Dia-trinta
Phacellodomus rufifrons - Ferreiro
Poecilurus scutatus - Estrelinha-preta
Cranioleuca semicinerea - Arredio-de-cabeça-cinza
Gyalophylax hellmary - João-chique-chique
Megaxenops parnaguae - Bico-virado-da-caatinga
Certhiaxis cinnamomea - Casaca-de-couro
Hylopezus ochroleucus - Pinto-do-mato
Myrmorchilus strigilatus - Piu-piu
Thamnophilus doliatus - Choca-barrada
Thamnophilus punctatus (pelzelni) - Choca-barrada
Sakesphorus cristatus - Choca-do-nordeste
Taraba major - Choró-boi
Herpsilochmus pileatus - Chororozinho-de-chapéu-preto
Xolmis irupero - Noivinha-branca
Fluvicula nengeta - Lavandeira
Tyrannus melancholicus - Suiriri
Todirostrum cinereum - Reloginho
Pitangus (Philohydor) lictor - Bem-te-vizinho-brejo
Phaeomyias murina - Bagageiro
Myiarchus tyrannulus - Mané-besta
Myiodynastes maculatus - Bem-te-vi-rajado
Hemitriccus margaritaceiventer - Sebinho-olho-de-ouro
Megarhynchus pitangua - Bem-te-vi-de-bico-chato
Myiophobus fasciatus - Felipe
Hirundinea ferruginea - Gibão-de-couro
Elaenia spectabilis - Guaracava-grande
Elaenia mesoleuca - Tuque
Euscarthmus meloryphus - Barulhento
Cnemotriccus fuscatus - Guaracavuçu
Casionis fusca - Caneleiro
Empidonomus varius - Peitica
Progne chalybea - Andorinha-doméstica-grande
Cyanocorax cyanopogon - Cancão
Troglodytes aedon (musculus) - Rouxinol
Thryothorus longirostris - Garrinchão-de-bico-longo
Mimus saturninus - Sabiá-do-campo
Turdus amaurochalinus - Sabiá-bico-de-osso
Polioptila plumbea - Rabo-mole
Vireo chivi (olivaceus) - Juruviara
Hylophilus poicilotis (amaurocephalus) - Verdinho-coroado
Cyclarhis gujanensis - Pitiguari
Icterus cayanensis - Encontro-de-ouro
Icterus icterus (jamacaii) - Concriz
Basileuterus flaveolus - Canário-do-mato
Parula pitiayumi - Mariquita
Coereba flaveola - Sebito
Thraupis sayaca - Sanhaçu-de-bananeira
Tabgara cayana - Frei-vicente
Tachyphonus rufus - Encontro-de-prata
Euphonia violacea - Guriatã
Euphonia chlorotica - Vem-vem
Thlypopsis sordida - Canário-de-folha
Sericossypha (Compsothraupis) loricata - Carretão
Cyanocompsa (Passerina) brisonii - Azulão
Paroaria dominicana - Galo-de-campina
Sicalis flaveola - Canário
Coryphospingus pileatus - Maria-fita
Arremon taciturnus - Tico-tico-da-mata
Zonotrichia capensis - Tico-tico
Sporophila nigricollis - Papa-capim
Volatinia jacarina - Tiziu
Saltator similis - Sobrencelha
Carduelis yarellii - Pintassilva
Fonte: OAP - Observadores de Aves de Pernambuco
Link: www.oap.org.br/listaSerra.htm
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